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Enviada em: 08/07/2019

§ A desigualdade social no Brasil é histórica. Desde o sancionamento da Lei Áurea em 1888, negros e trabalhadores de baixa classe não recebem amplamente os direitos que lhes são garantidos, e o sistema de cotas nas universidades prevê suavizar esse problema no plano acadêmico. É necessário discutir se as cotas realmente são eficazes a longo prazo, ou se são mais uma forma de o Governo Federal mascarar falhas no sistema de educação do país. § É evidente que a educação pública nos níveis fundamentais e médio do Brasil é muito precária, afinal o investimento é baixo. Em contrapartida, o ensino superior é de boa qualidade, e alunos que se prepararam a vida toda em redes particulares de ensino competem vagas com estudantes de rede pública, normalmente não tão bem preparados. O déficit do ensino público gera um ciclo social vicioso: quem pode pagar pelo ensino de qualidade se mantém a frente de quem não pode, no mercado de trabalho.  § Ademais, as cotas sociais têm se mostrado ferramentas importantes para quebrar este paradigma. Já que o Ministério da Educação não supre as necessidades escolares iniciais, busca por meio do sistema de cotas fornecer meios de equiparar as chances dos candidatos ao concorrer por vagas de ensino superior público, de acordo com o nível de ensino fornecido no nível médio. § Em suma, as cotas nas universidades mostram-se eficazes na inclusão de alunos que não possuem meios financeiros de investir em ensino de alta qualidade, e evidenciam, também, o retrocesso educacional que o Brasil sofre por meio de corte de verbas e sucateamento do sistema educacional. A melhor maneira de realmente reverter esse quadro e não se fazer necessário o uso de políticas sociais, é o Ministério da Educação investir maciçamente em educação básica de qualidade, ampliar e facilitar seu acesso, de modo a tornar justa a competição por vagas nas universidades e, posteriormente, no mercado de trabalho.