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Enviada em: 11/08/2019

Com o fim da escravidão no Brasil, o país se deparou com um enorme problema, que acabou sendo “jogado para debaixo do tapete”. Esse problema, que é a inserção e inclusão do negro na sociedade, gerou uma demanda pelas cotas, uma vez que não foi solucionado e se tornou urgente. As cotas, então, seriam um paliativo, uma medida corretiva para tal problema deixado de lado. Mas as cotas trouxeram também uma série de questões que colocam sua eficácia em questionamento. O Brasil precisa mesmo das cotas?        Uma das questões geradas pela criação das cotas foi a definição do que é ser negro e pardo, principalmente num país como o Brasil, cuja população sofreu aos longo dos anos um intenso processo de miscigenação. Para além das características físicas, ser negro, pardo, branco, indígena e outros tem a ver muito com a vivência, e isso devia ser mais relevante no processo de admissão pelas cotas. Porque, assim, isso diminuiria a ocorrência de fatos como supostos brancos ocupando vaga de pessoas negras. Um negro não é só negro pela cor da pele, é negro pelo que vive, pela bagagem histórica que carrega consigo, pelo modo como é tratado em sociedade.         Ademais, pode-se dizer que um problema macro que o país enfrenta é a pobreza, logo, as cotas de renda são muito importantes, porque há uma discrepância entre o ensino público e o privado, e os mais pobres vivem sujeitos a muito percalços que os colocam distantes da possibilidade de um futuro acadêmico, como a necessidade de começar a trabalhar mais cedo para ajudar a família. Grande parte dos negros ainda se localiza na periferia, tanto física quanto socialmente, porém, entre pretos pobres e brancos pobres, ambos enfrentam as mesmas dificuldades para alcançar o ensino superior.       Logo, as cotas ainda são necessárias no Brasil, pela existência de um falho sistema de educação, principalmente a educação básica, dificultando o acesso ao ensino superior a muitos grupos sociais. Porém, o país precisa se libertar gradativamente das cotas, porque elas são um paliativo e não resolvem todo o problema, além de estarmos tratando de uma país miscigenado. Investir na educação infantil, fundamental e no ensino médio é o passo fundamental para mudar e isso pode ser realizado destinando-se mais verba para o Ministério da Educação, ou garantindo, por meio de duras legislações e fiscalizações, a alocação e aplicação correta do recursos pelo Governo Federal, com especial atenção aos assuntos da educação brasileira, de modo a fornecer melhores materiais, merendas, computadores, bons professores, bons salários aos professores, e a construir escolas com melhores infraestruturas.