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Enviada em: 16/08/2019

As cotas raciais foram implantadas com intuito de diminuir a desigualdade racial, em relação aos 500 anos de escravidão. No Brasil, em meados de 2000, as universidades iniciaram a adesão às cotas. Atualmente, ainda há discussão sobre o sistema de cotas. A ação afirmativa levanta o aspecto de que é evidente que os negros ainda sofrem racismo, portanto, merecem ser inclusos, embora as dificuldades que enfrentam socialmente. Por outro lado, as cotas são excludentes; elas não capacitam o candidato de forma que ele possa concorrer amplamente com os outros, mas sim, realiza uma segregação, como um retrocesso. Primeiramente, desde a Lei Áurea em maio de 1888, a escravidão foi abolida, mas não houve nenhum suporte para que esses homens, agora livres, tivessem de fato uma boa inclusão na sociedade com acesso à educação, saúde e trabalho, e este foi um causo que se alastrou até os dias atuais, gerando uma dívida histórica. Em 2015, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma pesquisa mostrando que apenas 12,8% dos universitários são negros, ou seja, menos de ¼ da população é negra e está na universidade. As cotas raciais fazem parte da reparação histórica, incluindo a população negra nas universidades. Todavia, as cotas vão de acordo com a necessidade de haver mais negros no ensino superior, contudo, os negros não possuem o mesmo estímulo. Uma parcela da sociedade negra reside em favelas ou cortiços, e estão expostos a todo tipo de negligência, como abuso policial. Segundo dados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado, a cada 23 minutos, um jovem negro é morto no Brasil. Além disso, a UOL divulgou em maio desse ano que as crianças negras correspondem a 62,7% de mão de obra precoce no Brasil. Logo, as oportunidades de estudo para os negros são mínimas em relação à população branca. Dessa forma, é importante que o sistema de cotas raciais ainda prevaleça para que a população negra continue na universidade, entretanto, é importante também que o racismo estrutural seja tratado, e um caminho para isso seria a mídia dar continuidade aos trabalhos que retratam o racismo, visto que a mídia também é uma formadora de opinião da sociedade, e usufruindo desse meio, pode-se desenvolver parcerias com ONGS que façam de forma lúdica que essas crianças estudem desde novas até mais velhas, para assim, poderem ingressar na universidade sem precisar das cotas.