Segundo Karl Marx, filósofo inglês, as transformações ao longo da história ocorriam quando as contradições inerentes ao funcionamento da vida em sociedade se tornavam insustentáveis. Nesse contexto de mudanças, observa-se a criação da Lei de Cotas, decretada em 2012, com o intuito de minimizar as desigualdade no acesso ao ensino superior. O que denota um papel de extrema relevância, visto que, tais modificações convergem positivamente para uma sociedade igualitária e com melhores condições. Nesse viés, convém analisar as vertentes que englobam tal assunto. Em uma primeira abordagem, conforme postulou o filósofo Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. Dessa maneira, a política de cotas foi estipulada segundo a realidade da divida histórica do país com os afrodescendentes e indígenas por anos de exploração e discriminação, bem como para minimizar as diferenças socioeconômicas de uma nação em que a maior parte do capital, pertence a uma pequena parcela da população. Isso pode ser evidenciado no censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em que mais da metade da população se autodeclara negra, bem como 30% da renda nacional se concentra em apenas 1% dos habitantes. Outrossim, deve-se levar em conta a diferença entre a igualdade constitucional e a equidade, princípio básico do sistema de cotas. Nesse sentido, a população não favorável a discutida Lei, e adeptos à meritocracia, partem do princípio de que, segundo a Constituição Federal Brasileira de 1988, todos os indivíduos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, o que invalidaria tal decreto. Contudo, a disponibilidade de vagas destinadas exclusivamente para tais grupos, age sobre o princípio de justiça, fundamento básico para que todos os indivíduos disponham das mesmas condições. De fato, o abismo existente entre escolas públicas e particulares, bem como a segregação de outras etnias -não brancas- fornecem, claramente, oportunidades distintas para os estudantes. Assim, o princípio de redução de danos se torna fundamental para o convite da equidade depois que o da igualdade já foi estabelecido. Logo, a implementação da política de cotas revela-se como um avanço social para o país, na medida em que promove a inclusão das classes sociais menos favorecidas. Para que se concretize tal afirmação, portanto, faz-se necessária a atuação Governamental, por intermédio do Ministério da Educação, divulgando nas instituições de Ensino Médio, por meio de palestras e murais explicativos, mediados por profissionais das universidades, informações e duvidas acerca das cotas, estimulando, assim, a afirmação do uso dos direitos por parte dos alunos que deles necessitam.