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As políticas compensatórias e os "panos quentes" O sistema de cotas são um modelo de ação afirmativa adotado em alguns países para compensar as desigualdades sociais, econômicas e educacionais na sociedade, e embora o contexto seja positivo devido a tamanha dívida cultural e a desestruturação educacional, as políticas de inclusão também descentralizam as diversas raízes do problema. Implantada pela primeira vez no Brasil em meados dos anos 2000, as cotas de ingresso ao ensino superior se estendem até os dias de hoje, beneficiando muitos estudantes negros ou pardos e de baixa renda no país, aumentando significativamente o percentual desses alunos nas universidades públicas mais concorridas, representando 44,7% e 8,3% respectivamente, segundo dados do IBGE até 2015. Contudo, de acordo com as informações do MEC, o percentual de estudantes negros e pobres nas universidades em geral ainda é inferior ao de brancos e pessoas de alta renda, evidenciando a ineficiência absoluta das cotas, uma vez que o sistema já existe no Brasil há quase 20 anos. Como medida compensatória, a cota não é capaz de erradicar as desigualdades de forma ampla e geral, visto a gama de aspectos históricos, culturais, estruturais e políticos envolvidos, como a escravidão, o racismo, a falta de recursos e de professores qualificados nos colégios estaduais e municipais, além da corrupção explícita, evidenciada pelos desvios milionários nos setores educacionais. Em síntese, o sistema de cotas deve se mostrar presente junto à demanda constitucional e a participação da sociedade, isto é, através de investimentos estatais em toda esfera educacional pública, da rigidez penal para crimes oriundos do racismo, educação fraternal de pais para filhos desde a infância e a transparência nos investimentos governamentais.