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Enviada em: 12/03/2018

Durante o ciclo econômico da cana-de-açúcar, ocorrido, principalmente, no século XVII, uma sociedade hierarquizada emergiu nos engenhos. Dessa forma, escravos e servos remunerados, mas empobrecidos, ficaram à margem dessa organização patriarcalista. Com base nisso, é evidente que as bases da formação social da população brasileira vieram dos moinhos, e que as diferenças criadas lá perduram, de certa forma, até hoje. Assim, o Estado Brasileiro, que em sua constituição prevê a isonomia, propôs o sistema de cotas, com fito de igualar os estudantes e reparar dívidas históricas. Entretanto, esse modelo pode não só trazer benefícios aos alunos da rede pública, como o acesso a melhores universidades, mas também malefícios, como a desigualde e a fraude.          Na obra Vidas Secas, do escritor Graciliano Ramos, é retratado um cenário de extrema pobreza devido à falta de chuvas no semi-árido nordestino, o que ocasionava intensas migrações em busca de melhores condições de vida. Esses migrantes de fato existiram e ainda existem na região, entrentato, no cenário atual, seus descendentes possuem mais oportunidades de estudo, já que as cotas abragem estudantes da rede pública e baixa renda. Ademais, esses alunos tendem a se esforçar para alcançar melhorias de vida, possuindo 49% de aprovação nas primeiras matérias, em contraste aos 47% dos estudantes de escolas particulares, segundo estudos realizados pela Uerj e pela Unicamp.             Entretanto, é notório que, mesmo diante desses benefícios, existem fatores retrocedentes, como as disparidades entre as próprias escolas públicas, já que umas recebem mais recursos que outras, como por exemplo, o caso dos Institutos Federais em comparação com algumas escolas estaduais. Além disso, a fraude é presente no sistema de cotas, pois, de certa forma, para alguns ser negro não é só a cor da pele,  e sim possuir descendência dessa etnia, o que abre espaço não só para inúmeras discussões, já que a sociedade brasileira é intensamente miscigenada, como também para atitudes de má fé de alguns candidatos que não se enquadram nas cotas raciais.              Portanto, fica clara a necessidade de fiscalização e manutenção provisória do sistema de cotas. Dessa forma, é preciso que o Ministério da Educação proponha normas rígidas aos estudantes, como o requerimento de extratos bancários de todos os membros da familía, além de criar palestras que discutam as etnias brasileiras e suas diferenças, em todas as escolas da rede pública, de forma que fraudes sejam coibidas. Além disso, é necessário que o órgão busque a equiparidade entre as escolas públicas, repassando igualmente todas as verbas destinadas à educação, com fito de nivelar as redes de ensino. Dessa forma, é possível alcançar uma sociedade mais justa e igualitária no Brasil.