Materiais:
Enviada em: 17/03/2018

Cotas: exemplo de igualdade aristotélica        No início do século XIX, o Rei português Dom João VI criou a primeira universidade do País, que atendia exclusivamente aos jovens brancos e opulentos. Embora esse cenário tenha se perpetuado por dois séculos, na contemporaneidade as ações afirmativas de reserva de vagas ampliam, significativamente, o pluralismo social no ensino superior. Nesse contexto, torna-se fundamental avaliar os pormenores que tornam as cotas um método efetivo de inclusão educacional.        Em primeiro lugar, observa-se que essa política amplia o número de estudantes de baixa renda nas universidades. Isso ocorre pois, em oposição ao antigo cenário de nulo fomento de oportunidades aos jovens periféricos, exposto por Jorge Amado em “Capitães da areia”, a reserva de vagas fornece a oportunidade de eclosão intelectual a esse segmento da população. Dessa maneira, aluno negros, indígenas, deficientes e pardos, antes relegados à exclusão social, passam a preencher posições relevantes no cenário científico do País.        Em segundo lugar, é importante salientar que as ações afirmativas resultam em justiça no âmbito sociocultural brasileiro. Isso se dá porque, considerando o preceito aristotélico de isonomia, a reserva de vagas promove a justiça igualitária ao lidar com os desiguais de modo díspar, na correta proporção de suas distinções. Por conseguinte, propicia-se, de forma justa, o mesmo ensino superior aos jovens abastados e desprovidos da nação, tendo em vista suas disparidades socioeconômicas. São perceptíveis, portanto, as minúcias que atestam o ofício inclusivo das cotas.        Diante disso, o Ministério da Educação deve desenvolver, em associação aos canais informacionais, propagandas audiovisuais que demonstrem, em percentuais, os avanços sociais alcançados com a sua aplicação. Destarte, visa-se extinguir os preconceitos que tangenciam essas políticas e, por meio da aceitação popular, promover sua perpetuação pelo período necessário.