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Enviada em: 20/03/2018

Desde os primórdios da humanidade, alguns grupos foram marginalizados e excluídos socialmente. No entanto, até os dias de hoje, reflexos de uma desigualdade social histórica são perceptíveis, principalmente na área da educação, onde o ingresso às universidades federais foi se tornando inacessível para os que realmente necessitavam, tornando necessário o surgimento das cotas para amenizar o problema. Assim, o que define a estratificação social e seus reflexos, a necessidade de um sistema de cotas e as fraudes existentes, são assuntos polêmicos e, portanto, devem ser discutidos.       Nesse cenário, observa-se que vive-se em uma sociedade estratificada, onde o critério de divisão é econômico. Assim, de acordo com o sociólogo Bourdieu, a escola torna-se uma instituição legitimadora de desigualdades sociais e econômicas, visto que as famílias com maiores condições, dão aos filhos acesso a um ensino particular e de qualidade, desviando-se da educação pública do país que, infelizmente, é precária. Com isso, as consequências da desigualdade social são sentidas no ingresso às universidades federais, já que oportunidades diferentes acarretam na baixa inserção de pessoas com renda inferior, por não atingirem o mesmo desempenho dos mais escolarizados nos vestibulares. Com isso, tornou-se necessária a criação de um sistema de cotas com o propósito de inserção social.        Outro fator existente é o preconceito histórico racial. O sociólogo Florestan Fernandes, disseminou inúmeras críticas ao Mito da Democracia Racial, demonstrando que este era apenas uma ideologia que reproduzia o racismo e o preconceito. Assim, grupos excluídos racialmente também foram beneficiados por tal sistema, buscando a correção de problemas passados, que ainda são recorrentes. Todavia, alguns vêm esse sistema como uma forma de segregação social que fere a meritocracia, não vendo a real necessidade da existência temporária de tais medidas, na busca por uma igualdade social.       Ainda convém lembrar que, o sistema de cotas para ingresso nas universidades, visa agir como uma política de proteção às minorias, na tentativa de reduzir um problema histórico. Porém, facilmente é alvo de fraudes tanto no quesito renda, já que muitos sonegam impostos ao governo, quanto na autodeclaração racial, onde brancos se declaram negros na tentativa de se beneficiarem injustamente de um problema social, já que o preconceito está intrinsecamente ligado ao fenótipo da pessoa.       Sendo assim, o Ministério da Educação deve melhorar o ensino público brasileiros, pro meio de investimentos e reformas nas grades curriculares. Em adição, as famílias devem auxiliar os filhos na prática da alteridade, através do diálogo e do exemplo, para que o preconceito possa ser reduzido. Por último, o governo federal deve garantir que as fraudes no sistema sejam extintas para que ele funcione corretamente e cumpra seu real propósito. Isso pode ser feito através da maior vigilância e fiscalização.