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Enviada em: 09/04/2018

As políticas públicas de incentivo à educação no Brasil são reflexos da segregação de grupos sociais, seja de forma étnica ou socioeconômica e de um persistente déficit qualitativo no ensino do país. O Brasil tem 53,6% da sua população formada por negros, segundo IBGE, contudo, apenas 6,13% encontram-se em universidades. Para tentar resolver tamanha exclusão, buscamos alternativas no modelo de inclusão norte-americano, que é baseado na reserva de determinado número de vagas no ensino superior para minorias, política afirmativa conhecida como cotas.       Antes de tudo, é necessário avaliar os fatores que agravam a situação de desigualdade. Com a falta de investimento governamental no setor público educacional os alunos não têm uma efetiva preparação para competirem por uma vaga em renomadas universidades. Assim, teoricamente meritocráticos, os processos de seleção elegiam os alunos mais bem preparados para ingressar tal meio acadêmico, evidenciando, dessa forma, a importância do sistema de cotas como tentativa de igualar as chances dos candidatos de serem aprovados em um sistema que desconsidera a falta de oportunidades de certos candidatos.     Ademais, os jovens e adultos pertencentes às classes desprivilegiadas acabavam se inserindo no mundo do crime, da violência e da negligencia, afinal careciam de quaisquer incentivos estudantis e culturais. Logo, é mais do que evidente que as cotas e as políticas públicas de assistência ao ensino superior modificaram consideravelmente o cenário que havia antes e têm trazido muitos talentos das periferias, para as Universidades. Evidencias disso são os índices do Ministério da Educação: em 1997, apenas 2,2% de pardos e 1,8% de negros entre 18 e 24 anos cursavam ou tinham um curso de graduação em seu currículo, todavia desde que entraram em vigor os programas assistencialistas de incentivo a educação superior, os índices subiram para 11% de pardos e 8,8% de negros cursando ou formados em uma faculdade.        Portanto, a ideia do líder Gandhi de que o futuro depende daquilo que fazemos no presente parece fazer alusão ao fato de que não é prudente impedir a criação de políticas públicas para o ensino superior. Porém, para uma transformação completa é preciso que o Governo decrete medidas que reduzam a desigualdade social, para isso programas sociais como o Bolsa Família, o EJA (Educação de Jovens e Adultos), PROUNI (Universidade para todos), e o Ministério da Educação deve investir na capacitação de professores e melhorias na infraestrutura e mobilidade afim de evitar a evasão escolar. Afinal, educar é mais eficiente do que punir jovens e adultos desprivilegiados.