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Enviada em: 29/03/2018

“Todos nós temos talentos diferentes, mas todos nós gostaríamos de ter oportunidades iguais para desenvolver os nossos talentos”. Discursada por John Kennedy, tal discurso contribuiu para expandir para o ocidente o que havia iniciado no oriente: políticas afirmativas para a inserção das minorias em universidades. Não obstante, a utilização destas passou a apresentar falhas e com isso questionamentos quanto a sua efetividade e integridade.       As cotas universitárias são mecanismos políticos temporários utilizados para inserir as minorias ao ensino superior, e que teve sua gênese no governo indiano da primeira metade do século XX. O projeto atingiu diretamente a casta mais baixa, os párias, tornando-os mais presentes nas universidades do país. Esse acontecimento contribuiu para a difusão da proposta para o resto do mundo. Em função disto, os Estados Unidos aplicaram um sistema adaptado ao da Índia em algumas de suas instituições de ensino, na década de 1960 e por conseguinte, muitos outros governos americanos copiaram-no, como o do México e o da Colômbia.       Conquanto, parte dessas ações afirmativas, principalmente as ligadas à questão étnico racial, têm sido fraudadas em função de problemas sociais e mau planejamento, o que ocasiona questionamentos quanto a sua integridade. No Brasil, por exemplo, nos últimos dois anos, escândalos vieram à tona por meio de denúncias contra estudantes brancos de que se declararam negros/pardos ou quilombolas para adentrar mais rapidamente. O ocorrido fez com que os brasileiros se manifestassem de forma contrária à inserção “facilitada” dos afrodescendentes, ainda que estes se apresentassem em menor quantidade, em relação aos brancos.        Diante desse cenário, é inegável que as cotas nas universidades têm um papel fundamental na inclusão das minorias no ambiente de ensino superior, mas que carece de adaptações à realidade de cada nação. Para que isso ocorra, compete ao instituto aplicador dos vestibulares, bem como a própria instituição, fiscalizar a veracidade dos dados do participante aprovado, como cor de pele, renda ou etnia. Ademais, cabe às escolas e famílias agirem em conjunto para a conscientização dos jovens e crianças, seja por debates e palestras ou uma simples conversa, a fim de que estes respeitem a abrangência limitada das ações afirmativas e não tentem usufruir ilegalmente destas. Assim, o ensino se tornará mais acessível e a política educacional progredirá.