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Enviada em: 02/04/2018

Após 400 anos da escravidão como uma política institucional no Brasil,em 1888,ela foi oficialmente abolida.No entanto,isso não possibilitou que o negro pudesse dispor dos bens e serviços em pé de igualdade com os brancos e hoje passados mais de cem anos os afrodescendentes continuam marginalizados.Diante disso não há dúvida de que o Estado brasileiro tem uma grande dívida histórica com a população negra e as políticas afirmativas de reparação,como as cotas,incontestavelmente se impõem nesse sentido.    Antes das cotas nas universidades,o número de jovens negros matriculados no ensino superior era baixíssimo por conta da dificuldade que essas pessoas encontravam para atingir a pontuação exigida no processo seletivo,porém a partir da implantação da lei das cotas universitárias,em 2012,houve uma maior democratização do ensino superior.Visto que foi levado em conta que o negro não tem as mesmas oportunidades que o branco e que,portanto,não há lógica em defender a meritocracia,pois não se pode exigir que uma pessoa que só pôde frequentar escolas públicas,majoritariamente,precárias e que muitas vezes se viu privado de recursos básicos,como uma alimentação digna,situação do negro,possa disputar uma vaga na universidade em pé de igualdade com alguém que sempre teve a sua disposição todo o aparato necessário ao seu desenvolvimento acadêmico,que é o caso do branco.         Além da falácia da meritocracia,há também aqueles que afirmam que essa política de cotas contribui para o rebaixamento da qualidade do ensino superior ao nivelá-lo para baixo.Contudo essa é mais uma argumentação que já foi estatisticamente derrubada,posto que levantamentos recentes mostraram que os cotistas apresentam um rendimento escolar igual ou superior aos dos não cotistas.          Logo,as cotas nas universidades têm um papel importante no Brasil atual,onde a população negra permanece em situação de vulnerabilidade social, e cumprem um  valoroso princípio constitucional que busca tratar de forma desigual aqueles que estão em uma situação desigual.Todavia essa tem de ser uma medida temporária,tendo em vista que o ideal a ser perseguido é uma escola pública de qualidade.Para tanto é necessário que haja uma legislação que obrigue os gestores públicos federal,estadual e municipal a investirem uma parcela maior dos seus orçamentos em todos os níveis da educação.