Materiais:
Enviada em: 06/04/2018

A inclusão no folclore da meritocracia Na Pré-História, mais precisamente na Idade dos Metais, com a produção de excedentes e surgimento do Estado, deu-se início as desigualdades sociais. Hoje, no Brasil, ainda é notória tais disparidades, sobretudo, no que se diz respeito à educação e, tal conjuntura é intensificada em parte, pelo modelo econômico capitalista, visando o lucro na esfera privada, além da falta de investimentos estatais na educação pública. Assim sendo, tendo em vista a dificuldade de inserção no ensino público superior, tornou-se necessária a criação de cotas numa tentativa de, a curto prazo, promover justiça.  Em primeira instância, é importante pontuar que embora a Constituição Federal de 1988 garanta isonomia, por meio de seu quinto artigo, na prática ela não se efetiva, principalmente pela escassez de investimentos públicos no meio educacional. Logo, a não existência de uma infraestrutura escolar adequada somada, muitas vezes, a pouca valorização e formação dada aos professores, corrobora decisivamente para a não equidade no sistema pedagógico. Ademais, o Estado sequer consegue garantir direito à educação, esse, presente também na Carta Magna, prova disso é que apenas cerca de 4,5% das escolas públicas possuem organização completa, segundo o Plano Nacional da Educação. Dessa forma, é demonstrado o despreparo do governo para com a instrução. Somado a isso, no sistema capitalista vigente na pós-modernidade, com a preocupação de muitas instituições de ensino com o lucro, é aumentado, em muitos casos, os níveis tanto da instituição, quanto do corpo docente escolar. O cenário da desigualdade ainda faz-se pior com a população negra, essa que, em suma, mesmo com o fim da escravidão, não conseguiu reintegrar-se na sociedade, em ressalte, pelas faltas de políticas governamentais no período. Isso, na contemporaneidade, é refletido, ao analisar-se o número de negros nas universidades, em destaque, nos cursos considerados elitistas, como Medicina. Segundo o IBGE, em 2007, menos de 3% dessa parcela populacional frequentava um curso superior, número esse que cresceu 230%  com a criação das cotas raciais. Torna-se necessário, portanto, o Governo Federal direcionar mais recursos aos estados e às prefeituras a fim de haver melhoramento na infraestrutura das escolas, a exemplo da criação de bibliotecas, laboratórios e das próprias salas de aula. O MEC deve, ainda, promover mais capacitações ao corpo docente escolar tendo a finalidade de, além de melhorar o próprio ensino, valorizar a própria classe. Isto posto, a longo prazo, haverá reestruturação da educação no país, já a curto, enquanto essa não há, é preciso de cotas, pois, como disse o filósofo Aristóteles: "Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade."