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Enviada em: 13/05/2018

A escritora Helen Keller entrou na história ao romper o silêncio imposto por suas limitações comunicativas, pois era surda e cega, e se tornou uma das mentes mais respeitadas do século XX. Ela dizia que seria a tolerância o resultado mais sublime da educação. Seu exemplo figura como uma luta pela inclusão daqueles que foram desfavorecidos ou excluídos pelas diferenças. Nesse diapasão, verifica-se que, no Brasil, ações afirmativas vêm ganhando cada vez mais destaque, principalmente em se tratando da inclusão de negros, pardos e indígenas nas universidade por meio das cotas raciais. Porém, tais medidas tem sido encaradas como uma perspectiva deturpada de aceitação, sendo necessária melhor compreensão histórica para efetivar uma aceitação como uma real necessidade para uma sociedade mais igualitária.         A priori, cabe entender os motivos que levam determinados grupos étnicos a serem contemplados pelas cotas. De acordo com os estudos dos processos históricos, verifica-se que, ao longo dos anos, algumas etnias como os negros e indígenas foram excluídos de qualquer processo democrático. Prova disso é a escravidão que dominou o cenário econômico brasileiro por mais de três séculos e, quando estes foram libertos, em 1888, pela lei áurea, não houve intervenção do poder estatal para a sua inclusão no mercado de trabalho, sendo marginalizados.         A posteriori, cabe analisar as consequências desses eventos históricos na contemporaneidade. Tendo em vista o preconceito imanente a essas condições de exclusão, negros e indígenas foram negligenciados e incorporados de um estigma de inferioridade, restando-lhes posições sociais, muitas vezes degradantes. Atualmente, essa exclusão se dá pelo claro racismo institucionalizado, o qual se evidencia pelas diferenças de oportunidade, remuneração, cargo e, principalmente, pelo limitado acesso às universidade, visto que a grande maioria dos alunos dos cursos superiores é formado de brancos.        Dessarte, é relevante interpretar as cotas raciais como ações afirmativas imprescindíveis para equiparar as condições entre todas as etnias. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação e Cultura – MEC – o dever de criar diretrizes que norteiem uma massiva campanha de conscientização através da capacitação de professores que possam administrar palestras sobre a importância das cotas raciais e também que sejam indivíduos capazes de estabelecer um rico intercâmbio entre sociedade e escola trabalhando com a perspectiva da formação de uma educação cada vez mais menos excludente. Através dessas medidas, o ideal de Helen Keller poderá ser perpetuado na garantia de uma educação mais tolerante.