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Enviada em: 24/07/2018

Em uma sociedade ideal, que ofereça uma boa qualidade de vida e que a educação seja prioridade do Estado, todos teriam as mesmas condições de ingressar no ensino superior. Infelizmente, essa não é a realidade de grande parte dos cidadãos brasileiros que convivem com um sistema educacional sucateado e vivem em situação socioeconômica desfavorável. Por isso, o sistema de cotas em universidades funciona como uma tentativa de equidade, porém trata-se de uma medida paliativa.       Segundo o princípio aristotélico: "É preciso tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade". Isso significa oferecer instrumentos àqueles que se encontram em um patamar inferior, no sentido social e econômico, para que também tenham oportunidades de acessar os serviços que os demais têm acesso. Deste modo, há o incetivo aos que não usufruíram de uma educação de base de qualidade e não possuem recursos financeiros para investir em um curso superior.       Entretanto, é evidente, diante da situação econômica, social e política brasileira, que se trata de uma medida paliativa. Ou seja, não atua diretamente nas causas do problema, mas tenta atenuar suas consequências. Segundo o Censo Escolar de 2017, parte das escolas brasileiras tem deficiências em infraestrutura, como bibliotecas, salas de informática e, até mesmo, questões mais básicas, como redes de esgoto e energia.       Fica claro, portanto, que, apesar de promover a inclusão social da população, o método de cotas não atinge a raiz do problema. Por isso, os governos federal e estadual necessitam priorizar investimentos às escolas públicas, ofertando bibliotecas de qualidade, acesso às tecnologias e aos serviços básicos. Além disso, deverão reformar a grade curricular do ensino médio e trabalhar conteúdos voltados, principalmente, ao ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Desta maneira, a melhora da educação brasileira favorecerá o acesso às universidades.