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Enviada em: 31/07/2018

Uma discussão que se estende desde o início dos anos 2000 é a que define cotas para o ingresso em universidades. De um lado, esse programa visa incluir negros, pardos e indígenas ao sistema universitário. Essa iniciativa, de fato, contribui para uma sociedade mais igualitária. De outro lado, alguns oposicionistas ao sistema de cotas, afirmam que este programa acaba por institucionalizar um sistema preconceituoso.     Vale relembrar, que o Brasil foi o último país da América latina a abolir à escravidão. A Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel em 1888, pôs fim a exploração do trabalho escravo. Mas não foi o suficiente para corrigir este erro histórico. Charles Taylor, por exemplo, menciona o termo "multicuturalismo" em que é possível culturas diferentes viverem em harmonia em determinado espaço geográfico. Portanto, nada mais justo que o governo continue com esse projeto a fim de que, não só os brancos, mas todos, independentemente da etnia, alcancem o ensino superior nas universidades públicas.         Por outro lado, os que se opõem a esta ação governamental têm uma visão míope do sistema em sua plenitude. Tais opositores, acreditam que essas ações governamentais acabam por gerar mais preconceito. Esse comportamento, no entanto, não leva em conta os pontos positivos a longo prazo na sociedade em geral. Por exemplo, o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH, programa elaborado pela Organizações das Nações Unidas, avalia não só a qualidade do ensino, mas também a quantidade de cidadãos que conseguiram concluir o ensino superior. E o Brasil, de acordo com este IDH, tem subido no ranking de alunos que concluíram nível superior.      Por tudo isso, fica evidente que essa política pública já é um grande avanço. Com o tempo, se o governo investir em propagandas educacionais que incentive a sociedade entender que parte da população foi realmente segregada, certamente, até mesmo os opositores compreenderão que esta ação do governo foi uma decisão acertada.