Materiais:
Enviada em: 03/08/2018

No Brasil, as ações afirmativas ainda são vistas, por muitos, como privilégios das minorias. No entanto, é absurdo vê-las como regalias uma vez que o país acumula imensa dívida histórica com negros e indígenas. A desmitificação dessas iniciativas deve chegar ao alcance de todos para promover sua maior adesão.       Desde o início da colonização, a estruturação das elites brasileiras baseava-se na escravatura, que, em tese, teve fim em 13 de maio de 1888. Contudo, os atuais defensores da meritocracia parecem se esquecer desses quase 400 anos de atraso ao afirmar que cotas em universidades ou concursos públicos são medidas injustas. Ou seja, ignoram completamente que a própria ascensão aconteceu de forma racista, historicamente falando.       Além das opiniões individuais, minorias como indígenas e quilombolas ainda precisam lidar com injustiças vindas do próprio presidente da República, como o corte em suas bolsas de estudos no primeiro semestre de 2018. Prejuízo esse que precisou ser reparado pelo MEC posteriormente.       Nota-se, então, que o cenário atual não é dos mais favoráveis para as minorias. Sendo assim, a mobilização deve partir de órgãos interessados na educação da população e de indivíduos dispostos a lutar por uma sociedade mais igualitária. O MEC pode disponibilizar mais bolsas para os grupos vulneráveis; as universidades e órgãos públicos podem aumentar a porcentagem de cotas, deixando de se prender ao mínimo exigido por lei e a população consciente precisa orientar aqueles à sua volta, como família e amigos, para que todos tomem conhecimento da existência dessas ações afirmativas, usufruam desse direito e impulsionem cada vez mais pessoas a ascender socialmente. Dessa forma, será possível imaginar uma sociedade brasileira um pouco mais justa.