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Enviada em: 08/08/2018

Desde o período colonial, passando pela escravidão e pela República, o Brasil se constitui enquanto uma nação desigual. No que se refere ao acesso à educação, que também faz parte desse fenômeno, as cotas universitárias foram criadas enquanto proposta de equidade para a população. Nesse sentido, fatores de caráter social e administrativo explicam não só a importância dessa medida inclusiva, mas também a necessidade de melhorias.     É importante pontuar, de início, o caráter transformador das cotas para a sociedade. Em virtude da notória disparidade vigente entre as escolas pública e particular, as chances dos alunos da primeira instituição ingressarem nas universidades públicas são mínimas. Além disso, em um país com um recente passado escravista e ainda muito racista, a baixa representatividade de negros é alarmante. Com uma população declarada 51% negra, de acordo com o IBGE, é essencial garantir que essa parcela da população tenha maior alcance à ciência. Nesse contexto, a ideia das cotas surge para tornar mais justa e democrática a disputa por vagas no ensino superior.     Contudo, é preciso compreender a complexidade da aplicação dessa medida inclusiva. Recentes descobertas de fraudes nas cotas raciais, amplamente divulgadas na internet, expõem a fragilidade do sistema em questão. Tendo em vista a dificuldade da fiscalização, é importante que o problema da baixa qualidade da educação pública brasileira seja resolvido. A carência de professores, a péssima infra-estrutura, além dos desvios de verba, não só formam alunos menos preparados para o vestibular, mas também com menores perspectivas de vida. Garantir uma educação básica de qualidade é dever do Estado para com a população e o desenvolvimento nacional.     É inegável, portanto, a importância das cotas e a urgência por melhorias no setor educacional. Nesse viés, é dever do Governo assegurar mais verba e menos cortes às instituições de ensino. Tal medida possibilitará uma melhor estrutura e um ensino de maior qualidade. À mídia, cabe a função de realizar campanhas de incentivo aos estudos para os jovens. A ideia dessa proposta é que, por meio de chamadas nos principais veículos de comunicação, os alunos tenham mais conhecimento acerca do processo seletivo para o ensino superior e se sintam mais confiantes ao estudar. Somente assim, é esperado que o Brasil possa assegurar o princípio constitucional da equidade no acesso à educação.