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Enviada em: 11/08/2018

A política de cotas nas universidades foi implementada tendo em vista a desigualdade socioeconômica que caracteriza a nação brasileira. Assim, tal medida tem por objetivo garantir a isonomia nos processos de ingresso ao ensino superior. Todavia, a reserva de vagas em universidades  públicas divide a opinião pública brasileira, com um grande número de cidadãos mostrando-se contra tal política. Assim, faz-se necessário esclarecer a necessidade das cotas tendo em vista o seu papel na democratização do acesso à educação e, dessa forma, na supressão da pobreza.       Primeiramente, convém citar os principais pontos levantados por aqueles que se posicionam contra as cotas. Esses alegam que a política de cotas reduz o nível das instituições de ensino que a adotam, pois permite que pessoas despreparadas educacionalmente tenham acesso a elas. Ademais, outro argumento bastante recorrente entre os contrários às cotas raciais é o de que há, atualmente, uma democracia racial no Brasil, na qual negros e brancos gozam de iguais oportunidades. Assim, reservar vagas universitárias com base em critérios étnicos seria negar tal democracia e assumir que determinados grupos sociais são inferiores a outros.       Todavia, tais alegações são baseadas no senso comum e, desse modo, frágeis quando confrontada s com a realidade. Segundo estudos realizados pela UERJ em parceria com a UNICAMP, o desempenho acadêmico médio dos alunos que ingressaram na faculdade por meio do sistema de cotas é superior ao dos demais estudantes. Assim, o argumento de que os cotistas rebaixam os níveis das instituições é infundado. Ademais, embora a escravidão tenha sido abolida em 1888, as suas sequelas ainda se fazem presentes na sociedade. Desse modo, não é ao acaso que os negros, ainda hoje, estão sujeitos ao racismo, à pobreza e à violência. Portanto, é evidente que não há uma democracia racial no Brasil e, assim, as cotas raciais visam à construção de uma.       Assim, as cotas, em uma contexto marcado pela desigualdade de oportunidades, encaminham a nação brasileira em direção a uma sociedade mais justa e igualitária. Contudo, visando a torná-las dispendiosas, convém que o Ministério da Educação direcione maiores investimentos aos colégios públicos, sobretudo os localizados nas periferias, garantindo estrutura, profissionais e material pedagógico de qualidade aos estudantes. Ademais, visando a extinguir o racismo que assola o Brasil e tendo em vista a já existência de uma legislação antidiscriminatória, convém que a mídia em parceria com as escolas divulguem campanhas e realizem palestras destacando a inexistência de raças inferiores.