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Enviada em: 29/10/2018

Cota não é esmola       A implementação das cotas no Brasil sempre foi pauta social, sendo tratada como retrocesso pelas camadas mais favorecidas da população, e como inclusão em um meio social antes intangível pelos estratos menos favorecidos economicamente. Essa política afirmativa funciona bem a curto prazo, servindo para incluir, de modo imediato, vários grupos de diferentes poderes aquisitivos na universidade, no entanto, não é uma medida aceitável a longo prazo, ocasionando entraves sociais.     Decerto, em um país com tanta disparidade entre educação pública e privada, as cotas se tornam essenciais para incluir diferentes nichos sociais no âmbito do ensino superior. Esse contexto de disparidade é altamente crescente na sociedade brasileira, principalmente ocasionado pela precariedade do ensino público no país, deficitário pelo pouco investimento do poder público. Esse contexto é reafirmado pela cantora Bia Ferreira em sua música: “Cota Não É Esmola”, música de protesto em que é cantada a vida de uma menina que nasceu pobre, sem acesso à educação de qualidade, e utiliza as cotas para ir para a faculdade.     Em consequência dessa conjuntura, diversos grupos sociais favorecidos reclamam de que as cotas são um retrocesso e ferem a meritocracia. No entanto, no Brasil, em um país em que as oportunidades são totalmente diferentes, as cotas vieram para servir como solução imediatista, sendo a melhoria do ensino público, uma solução permanente para o problema da desigualdade de oportunidades.    Faz-se necessário, portanto, que o Governo Federal invista nas instituições escolares de âmbito público a partir da capacitação continuada de professores, buscando incluir o máximo de alunos em uma educação de alto nível. Essas medidas visam diminuir as disparidades entre o ensino público e o privado, reduzindo a necessidade de aplicar cotas para a entrada no ensino superior. Desse modo, ocorrerá o aumento da competitividade entre público e privado, melhorando a educação no país.