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Enviada em: 29/12/2018

Sob a égide da Lei de Cotas, as universidades federais devem destinar a metade das vagas para alunos oriundos de escolas públicas. Essa premissa favorece a inclusão de grupos minoritários no ensino superior, todavia, é indubitável que essa política também deixa lacunas. Nesse panorama, não se deve negligenciar a ineficiência da educação de base e as disparidades de oportunidades.      Sob o respaldo filosófico de São Tomás de Aquino, em uma democracia todos os indivíduos são dignos e têm direitos iguais. Entretanto, o sistema educacional público do Brasil fere essa perspectiva. Nesse sentido, é lamentável que para ingressar em universidades federais, o aluno oriundo de instituições não privadas precise de cotas, visto que nessas escolas faltam professores e dinâmica de ensino eficiente.      Sob outro viéis, para o filósofo John Rawls as oportunidades precisam ser distribuídas de forma equânime e não igualitária. À vista disso, a política de cotas favorece o alcance desse ideal, no entanto, não anula a sua inexistência no cotidiano. Dessa forma, é deplorável canditados que não se inscrevem na ampla concorrência por disparidades econômicas, como falta de condições para pagar um pré-vestibular ou necessidade de conciliar rotina de estudo e trabalho.      É imperioso, portanto, que as secretarias de educação reformulem o ensino público, com o fito de que seja equiparado às instituições privadas. Outrossim, urge a ação de ONGs educacionais nas periferias, com o intento de que os estudantes dessas áreas sejam menos dependentes dos benefícios inclusivos da Lei de Cotas.