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Enviada em: 14/02/2019

Cotas nas universidades é um assunto bastante polêmico que divide opiniões. Mesmo diante dos números de desigualdade racial na educação e no mercado de trabalho, questionamentos e dúvidas quanto ao sistema de cotas emergiram e alguns acreditam que se trata de um retrocesso. No entanto, tal sistema é uma ferramenta de inclusão social, étnica e racial, além de uma forma de retratação histórica.   Após a escravidão negra ser abolida no Brasil, em 1888, a maioria dos ex escravos foram excluídos do sistema produtivo e econômico do país. Essa situação é refletida hoje nos números do IBGE: eles indicam que essa população continua em desvantagem em vários aspectos como, por exemplo, na educação. A porcentagem de estudantes de 18 a 24 anos que cursa o ensino superior é bem inferior à proporção de brancos. E para diminuir essa diferença é que foi criado o sistema de cotas, que objetiva oferecer a igualdade de oportunidades para todos.   Infelizmente, os que criticam a medida avaliam que o ingresso de estudantes por meio de cotas, e não por mérito, poderia resultar  na queda da qualidade do Ensino Superior. No entanto, o acompanhamento de cotistas e não cotistas feito por algumas universidades que adotaram o sistema mostram uma equivalência no desempenho dos dois grupos e até uma leve vantagem para o primeiro grupo em diferentes cursos. Isso comprova que a crítica citada se baseia apenas no senso comum e, por isso, não serve como argumento para julgar a ação afirmativa.    Considerando os aspectos mencionados, fica evidente que o Poder Executivo deve manter a Lei de Cotas até que os grupos incluídos nesse sistema não sejam mais minoria nas universidades. Além disso, o Ministério Público deve incluir, nas escolas de ensino médio, palestras e oficinas  sobre a questão racial no Brasil para conscientizar o estudantes. Só então seremos uma sociedade que promove a igualdade de oportunidades.