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Enviada em: 09/04/2017

Cotas nas universidades são importantes para a sociedade, pois promove uma maior heterogenia na integração, deixando de concentrar apenas um segmento de pessoas nas vagas. Porém, ao mesmo tempo, são sinônimas de desajustes sociais: quanto mais se precisa delas, mais problemático está o país, caso típico do Brasil. Por isso, é preciso usar esse programa em prol do desenvolvimento, para que a longo prazo não se precise mais dele.        Em um primeiro plano, deve-se entender que o país apresenta uma grande desigualdade social. Isso se evidencia na carência de cidadãos negros, índios ou deficientes nos cargos mais disputados. Cadê a miscigenação brasileira no senado, na medicina ou judiciário? É uma ocorrência rara. Aliás, em mais de um século de república, o Supremo Tribunal Federal (STF) só foi ter seu primeiro presidente negro em 2012. Essa conjuntura mostra a indispensabilidade das cotas como política emergencial, visto que elas têm a finalidade de proteger e integrar aqueles que -mesmo em uma democracia- têm uma série de prejuízos no dia a dia, desde dificuldades financeiras até barreiras preconceituosas.        Contudo, a manutenção das cotas não é algo benéfico, pois é um fracasso evidente da rede de ensino. Mário Cortella, notório professor universitário, tem uma definição interessante desse sistema de inclusão: ele o chama de "discriminação positiva". Isso se torna claro quando se compara a nota de quem é aprovado por ampla concorrência e quem é aprovado por cotas, sendo muitas vezes uma diferença gritante. Dessa forma, as cotas servem para amenizar o quadro da desigualdade, mas está longe de resolvê-lo.         Diante do exposto, é imprescindível, portanto, que o ensino básico público tenha condição de competir com o privado. Para isso, as prefeituras podem criar um órgão, que irá atuar como gestor único das escolas; seu papel será contratar os melhores professores, disponibilizar aulas integrais, práticas esportivas, premiar os alunos e docentes, tudo com o intuito de alavancar o aprendizado. Outrossim, o Governo Federal deve estabelecer formas secundárias de ensino, como investir no financiamento de um pré-vestibular social, livre de taxas, além de parcerias com cursos online para os locais mais afastados dos centros. Essas medidas, aliadas à presença dos pais na educação, tornarão o ensino público notório em aprovações, exigindo cada vez menos dos sistemas de cotas em universidades.