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Debater sobre a questão das cotas nas universidades brasileiras dialoga diretamente com quesitos históricos que fundamentaram a atual questão educacional brasileira. De acordo com Pierre de Bordieu, "a liberdade é antes de tudo, o direito a desigualdade", que sintetiza de caráter sociológico a atual situação educacional no país, onde ricos ocupam escolas públicas e a população marginalizada torna-se vítima da precariedade de um sistema excludente. Primeiramente destaca-se que, de acordo com o contexto histórico brasileiro, na época colonial nunca existiu uma preocupação pelos portugueses de fornecer uma educação de qualidade para os nativos, apenas por parte jesuítica, que não perdurou por muito tempo, formando assim, uma população ignorante e restrita ao conhecimento. A atual questão das políticas de cotas trata-se de uma inclusão, haja vista que, diante de um contexto social que visa apenas no futuro sustentável dos ricos que tem capacidade de estudo e um desenvolvimento com alta qualidade. Salienta-se ainda que, os estudantes que entraram na universidade por meio do sistema de cotas para negros tendem a valorizar mais a sua vaga do que aqueles que não são cotistas, expressando assim o caráter da desigualdade educativa. Cabe também analisar que, as cotas são de fato fundamentais, todavia, é fundamental destacar que ocorrem também como em qualquer outros sistemas, casos de falsificação ideológicas, que podem acontecer em quaisquer situações, haja vista que, negros, mesmo em minoria, no quesito de um centro de ensino superior, podem sim ter a mesma chance de ter um futuro digno e sustentável, contudo, é necessário um maior esforço, pois, de acordo com o contexto histórico nacional brasileiro, e pela marginalização educativa por questões étnicas, torna-se mais complicado ver negros e indígenas ocupando cargos inferiores, diferindo totalmente de brancos, que de acordo com o contexto histórico, foram sempre privilegiados por serem, em maioria, membros da aristocracia. O atual ambiente nacional trata-se de uma plutocracia, isto é, o poder seja financeiro, seja educativo encontra-se nas mãos de ricos. Membros da aristocracia ocupam vagas em universidades públicas que deveriam ser destinadas a quem não possui verba o suficiente frequentar uma faculdade particular. Diante de tais aspectos, é fundamental que o governo aplique mais verbas nas universidades, reformando o método de cotas, visando uma maior abrangência a quantidade de vagas para cotistas e não cotistas, influenciando em uma nova organização social, onde haja no mercado trabalhista brasileiro uma mistura étnica profissional e acima de tudo cabe ao Ministério da Educação, fazer com que o sistema de cotas seja mais efetivo, fazendo com que o tal método auxilie a reduzir a barreira entre brancos, índios e negros no sistema profissional que circunda o atual cenário brasileiro.