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Enviada em: 09/09/2017

Karl Marx acerta ao afirmar que é preciso modificar o mundo. Um olhar à realidade confirma que viver em sociedade significa estabelecer propósitos que sejam coletivos, ou seja, não se pode dizer que o Brasil tenha uma democracia racial apenas por ser um pais de mestiços, alias, se o brasil é injusto no plano social, é ainda mais no racial. Nessa lógica, pode-se afirmar que a politica de cotas não são apenas justas: são razoáveis.         Em uma primeira abordagem, cabe ressaltar que a aplicação de critérios de mérito, em muitas instâncias da vida social, são truncados, quando não há igualdade de oportunidades para um contingente ponderável da população. O mais preocupante, contudo, é constatar que nas universidades, por exemplo, de acordo com o economista Luiz Carlos Bresser, há apenas 2% de negros estudantes e apenas 1% de negros docentes, embora eles constituam 45% da população brasileira. Como se vê, o conservadorismo brasileiro injetou a noção de que há igualdade de oportunidades para todos.        Outro ponto, que precisa de olhar atento, é o fato de que, embora aprovados no vestibular com notas um pouco menores, os favorecidos das cotas tiveram desempenho médio superior em 31 dos 56 cursos analisados em um levantamento feito pela Unicamp. Vala ressaltar, ainda, que essas ações não ameaçam a ordem, apenas fazem avançar modestamente a justiça. Assim, fica claro que a seleção unicamente por mérito assegura a igualdade perante a lei, mas não dá acesso equitativo à educação.        É determinante, então, para desconstrução desse cenário que o Estado promova ações, como a melhoria da educação publica e afirmação das cotas nas universidades, para que os alunos possam concorrer de forma justa e seja minimizada a discriminação adicional ao negro pobre. Além disso, deve-se investir em medidas de conscientização contra o racismo através de uma grade curricular com foco na inclusão e respeito às diversidades, a fim de tornar a sociedade mais justa e livre de preconceitos.