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Enviada em: 30/01/2018

Cotas: uma granada de fragmentação          Negros. Escola pública. Baixa renda. São algumas das modalidades no sistema de cotas utilizado pelo SISU, plataforma que organiza as inscrições nas universidades federais e estaduais. Entretanto, tal modelo faz emergir diversos debates sobre meritocracia, desigualdade social e racial, além do preconceito e questões de gênero. Assim, no formato atual, o sistema de cotas é uma maneira de diminuir a qualidade do ensino às custas de uma diversidade nos campus acadêmicos.       De modo geral, a principal função de uma faculdade não é o diploma, mas a formação de um conhecimento sólido e que deve ser aplicado ao mercado de trabalho ou para fins acadêmicos. Como escreveu Aristóteles no livro Metafísica, "é natural no ser humano o desejo de conhecer", entretanto a maioria não possuí o desejo de conhecer e nem mesmo percebe isso. Recentemente, no portal de notícias G1, foi postada uma notícia que se referia a uma estudante que passou em primeiro lugar na USP, mas que sofria bullying por ser inteligente. Assim, independente de cor ou classe social, é necessário ter inteligência para entrar em uma faculdade pública e não um fenótipo específico ou condição financeira. Não são raros os casos de filhos de empregados de baixa formação (lixeiros, catadores ou empregados domésticos), que independente de sua condição, conseguiram suas vagas através do estudo. De forma geral, o sistema de cotas não fomenta a inclusão de indivíduos interessados no saber, mas no diploma e no cargo.         Sobre as diversas desigualdades, o sistema de cotas cria uma ilusão de igualdade. Por exemplo, o curso mais concorrido do país, que é medicina, possuí notas de corte consideravelmente mais baixas para cotistas, em média de 720, se comparadas com as médias da ampla concorrência que são em torno de 780. Quando comparadas, é impossível que um estudante comum não se sinta inferior intelectualmente. Mas também, é possível uma sensação de desprezo dos que foram ampla concorrência aos que foram cotistas. Logo, o modelo de cotas não funciona como uma forma de igualar, mas sim de gerar ainda mais problemas na sociedade já desfragmentada.        Portanto, a Lei de Cotas é uma maneira de não incentivar os estudos e aumentar os preconceitos já existentes. Desse modo, é necessário uma abolição desse sistema, para reformular a cultura acerca dos estudos. Mas também, é importante e urgente o melhoramento do ensino público, seja por novas escolas ou por melhoramento nas infraestruturas, sendo necessário um ensino que se equipare aos das escolas privadas. Assim, o setor privado junto ao Estado poderá construir e reformar escolas, além de financiar os melhores estudantes públicos em escolas privadas e empregar os melhores professores.