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Enviada em: 18/05/2018

No final do século XIX, depois de viverem muito tempo como escravos, os negros perante a lei se tornaram livres. No entanto, não possuíam cidadania e a possibilidade de melhorar a condição de vida era inexistente na época, o que reflete atualmente, deixando-os sempre em desvantagem, pois, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2004, 16,7% dos alunos pretos e pardos integravam uma faculdade. Assim, para dissipar tais disparidades, o sistema de cotas foi instaurado, contudo, a ideia de que ele fere a meritocracia e diminui a qualidade da instituição ainda persistem.       Consoante a Charles Darwin, o ambiente seleciona o mais apto. Sob esse viés, em um vestibular concorrido por alunos de escolas públicas e privadas, é notória a diferença entre ambos os ensinos e, por conseguinte, pessoas com boa condição socioeconômica conseguem pagar uma educação privada. Logo, quando os alunos no sistema de seleção são divididos por semelhanças raciais e econômicas, o processo torna-se mais justo, uma vez que, quem não possui as mesmas oportunidades estará em desvantagem. Ou seja, com a ausência das cotas, o Brasil estaria fadado à desigualdade racial gritante e estagnada.     O antropólogo Gilberto Freyre afirmava que a miscigenação possibilitava o convívio harmonioso entre as pessoas, criando uma crença de que no país não haveria preconceito. Contudo, não é o que acontece nas universidades, pois constantemente o ingresso de uma maioria negra, faz a população crer na queda de qualidade da instituição, uma vez que, a sociedade ainda acredita que as cotas não selecionam pessoas realmente merecedoras e aptas.       Portanto, para que a teoria de Darwin se aplique apenas na ausência de disparidades socioeconômicas, com competições justas, é necessário que o Ministério da Educação inclua na grade curricular infanto-juvenil os conhecimentos de todo o passado da escravidão brasileira, e assim, vejam as cotas como forma de inclusão e não problemática.