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Enviada em: 26/07/2018

A obra intitulada "A morte de Ivan Ilitch", de Lev Tolstoi, discorre a respeito da falta do senso de coletividade e crítica ao individualismo. Apesar de toda a subjetividade, a trama serve como um gancho para abordar sobre como a atual instabilidade migratória influencia a postura brasileira a partir do momento que é corroborada a dicotomia existente entre inclusão e integridade humana. Dessa forma, analisar os seus impasses no âmbito político e social: eis um desafio à contemporaneidade.    É necessário considerar, antes de tudo, como a crise brasileira colabora para o agravamento da problemática. De acordo com o filósofo Jurgen Habermas "A divisão positivista entre valores e fatos, longe de indicar uma solução, define um problema". Nesse contexto, a máxima de Habermas contribui para o movimento retrógrado da postura governamental acerca da temática. Pois, é notório que qualquer indivíduo tenha noção da atual crise econômica e política que a nação enfrenta. Concomitantemente, a chegada maciça de migrantes - principalmente os que fogem da pobreza, guerras civis e perseguições religiosas - aliada à má gestão do acolhimento dos mesmos corrobora com a marginalização dessa minoria. Tal fato é corroborado ao citar o exemplo das imigrantes venezuelanas que se prostituem para garantir o mínimo de renda.     Convém analisar, também, as práticas intolerantes da sociedade. Frases ou atos xenofóbicos, compartilhamento de mensagens intolerantes, julgamentos forjados sob diferenças econômicas e sociais, violência física e moral são alguns dos mais variados exemplos que ratificam uma conduta intransigente e preconceituosa. Afinal, a complacência social é dominada por uma ótica dominante que desperdiça a oportunidade de gerar igualdade e respeito mútuo. Desse modo, a condição de isonomia e integridade não ultrapassam a teoria contribuindo ativamente para um olhar mais excludente e negativo acerca da temática.    Fica claro, portanto, que fazem-se necessárias medidas para tornar viável comportamentos éticos e íntegros. O Governo Federal, junto as ONGs, deve fiscalizar as leis já existentes na tentativa de garantir os direitos humanos, seja por meio da implementação de multas aplicáveis aos que infringirem o legislativo, garantir as necessidades básicas e asilo aos imigrantes com apoio médico e social, além de minimizar a burocracia da legalização dos mesmos no país. Também, é de suma importância que a mídia, como grande formadora de opiniões, utilize da ficção engajada para ser um canal de vanguarda das minorias e difunda uma cultura de criticidade sobre a importância do combate à intolerância e ao preconceito, por meio do uso de dados, matérias jornalísticas e documentários. Só assim, com a mobilização de um todo, haverá mudanças.