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Enviada em: 14/04/2019

Na Grécia antiga, o preconceito contra o estrangeiro - sem o reconhecimento dos seus direitos - era muito frequente, visto que apenas os gregos eram considerados cidadãos. Na contemporaneidade, esse fenômeno não é diferente, dado que o movimento migratório é muito discriminado, mormente no Brasil, o que representa, assim, um desafio a ser enfrentado. Dessa forma, é necessário avaliar as causas desse cenário, que prejudicam as relações sociais, para, então, solucioná-las.   De início, cabe salientar que a xenofobia, transmitida de geração a geração, prejudica a transmigração. Segundo Émile Durkheim, o fato social refere-se à forma de agir, pensar e sentir, que se generalizam em todos os membros de uma comunidade. Observa-se que o preconceito contra o estrangeiro pode ser encaixado na teoria do sociólogo, visto que mesmo após 500 anos do Período Colonial, o brasileiro ainda olha para esses indivíduos sob uma visão eurocêntrica. Posto isso, atitudes hostis consolidam-se socialmente, devido ao medo e desconfiança da população, especialmente em perder seu emprego, a qual vê no imigrante uma constante ameaça e competição. Situação essa corroborada após o vendedor de esfirra sírio, ser verbalmente agredido, enquanto trabalhava em Copacabana, no Rio de Janeiro, em 2017, como noticiado pelo jornal online G1.    É notório, ainda, que a falta de estrutura para receber, permanentemente, os imigrantes também agrava a crise migratória. Segundo o jornal El País, mais de 70.000 venezuelanos, após a tensão política do Governo de Maduro, decidiram migrar e encontram-se no estado de Roraima, sem nenhum tipo de assistência médica, alimentar ou escola. Assim, as dificuldades de conseguir os benefícios sociais, moradias, trabalho e as diferenças entre as língua e as culturas, caracterizam a complexidade do acolhimento eficaz dessas pessoas no Brasil. Logo, é alarmante a inércia governamental que colabora para eles instalarem-se em condições precárias e intolerantes nas cidades do país.     Fica claro, portanto, que o olhar brasileiro para a crise migratória requer ações efetivas para ser modificado. Nesse sentido, o Governo Federal deve criar mais políticas direcionadas à problemática, por meio do Ministério da Justiça, com a criação de ações publicitárias, veiculadas nas redes sociais, a fim de combater a xenofobia e valorizar as diferenças, além de ampliar os postos de cadastramento nos estados mais necessitados em parceria com a Polícia Federal, para agilizar o cadastro eletrônico e o recebimento de auxílio governamental, como a carteira do SUS, acesso aos cursos de língua portuguesa e cursos profissionalizantes. Espera-se, com isso, garantir o respeito e a igualdade entre os povos, tornando o país um lugar atrativo para a migração.