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Enviada em: 31/08/2017

A miscigenação brasileira que foi construída desde o século XVI a partir dos movimentos migratórios - tais como a inglesa no século XX a fim de fugir da crise deixada pela guerra e arranjar empregos nos campos brasileiros - é, quiçá, a maior característica do Brasil hodierno. Não obstante, mesmo com esses encontros entre povos, os brasileiros ainda têm certo preconceito para com o estrangeiro, motivado, em especial, por forças legislativas e pela repulsa ao desconhecido.      As fronteiras, sejam elas físicas - como rios - ou imaginárias, representam não somente a divisão territorial entre países, mas uma afronta contra a humanidade. Nesse contexto, vários autores libertários, como Friedrich Hayek da Escola Austríaca de Economia, elucidaram os porquês dessa ineficiência nacional. Dentre esses motivos, no artigo "O uso do conhecimento na sociedade", esse autor demonstra a impossibilidade do funcionamento da aglutinação das decisões em poucas pessoas. Destarte, a fomentação de forças legais - e, por vezes, coercitivas - para a proibição da imigração não é só desumana e ineficaz, mas também corrobora com a xenofobia.      Assim sendo, a xenofobia traz consigo tudo de pior do século XX. Sobretudo, revive crises humanitárias que o mundo lutou - e ainda luta - contra, como os horrores da Alemanha sob o comando do terrível Adolf Hitler, supremacista racial responsável por milhões de mortes. Massacre esse que só pôde acontecer por causa do suporte da sociedade alemã, que encontrava-se alienada pelo Ministério da Propaganda do Partido Nazista, liderado por Joseph Goebbels, e, portanto, inflada com a repulsa contra o desconhecido, principalmente contra os judeus.      Fazem-se, à vista das considerações acima, necessárias intervenções que contribuam contra a crise migratória hodierna. Para tanto, a Câmara dos Deputados colocará em pauta leis que auxiliem a entrada de refugiados no Brasil a fim de não somente ajudá-los a caminharem em direção a uma vida melhor, mas também de mostrar para a população brasileira que eles não são o inimigo. Outrossim, o Ministério dos Direitos Humanos tratá de assegurar a segurança desses imigrantes no Brasil e, acima de tudo, averiguar a punição dos crimes de descriminação contra eles. Ademais, o Ministério Público abrirá inquérito contra os legislativos que propagam a xenofobia para que, desse modo, os brasileiros percebam a irracionalidade desses discursos de ódio e consigam permanecer longe dos moldes nazistas.