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Enviada em: 14/10/2017

O filósofo canadense McLuhan afirmou, em sua tese da Aldeia Global, que o mundo, eventualmente, se tornaria um só em todos os aspectos. Contudo, tal conceito, embora bastante aplicado no capital, não é empregado em benefício humano, dadas as constates denúncias de casos de xenofobia, preconceito com estrangeiros, no Disque 100, canal de sinalização sobre o descumprimentos dos direitos humanos. Portanto, ações governamentais devem ser tomadas, com o intuito de diminuir tal preconceito e garantir que todos os indivíduos sejam tratados de forma igualitária.       Em primeira análise, segundo o antropólogo Darcy Ribeiro, o Brasil é formado por uma ampla gama de etnias, desde indígenas, africanos e portugueses até imigrantes europeus tardios, como italianos e alemães. Sabendo que o brasileiro é formado por grande diversidade, a visão preconceituosa contra imigrantes do século XXI não é pertinente nem fundamentável, em razão dos fatores de formação histórica do país. Além disso, todas as matrizes incorporadas na cultura brasileira até hoje são benéficas para o enriquecimento imaterial da sociedade, ou seja, todos os imigrantes podem ser integrados como parte de um Brasil cada vez mais diverso. Dessa forma, intervenções devem ser feitas para que a crise migratória não gere exclusão social dos imigrantes e a igualdade seja garantida.       Outrossim, é inegável que a xenofobia está intrinsecamente ligada a outros preconceitos que, infelizmente, estão enraizados em uma cultura retrógrada brasileira, como o racismo. Isso porque, enquanto os imigrantes nórdicos são acolhidos e incentivados a pertencer à sociedade brasileira como membros superiores, africanos e árabes são alvo de exclusão socioeconômica. Ademais, angolanos e haitianos negros, que frequentemente imigram para o Brasil, são acusados de causar desemprego e criminalidade por sua cor de forma análoga àquela vista nos anos que seguiram a abolição da escravidão, por meio da Lei Áurea em 1888 assinada pela princesa Isabel. Assim, atitudes devem ser tomadas para que se quebrem os pilares racistas da xenofobia, por meio de ações estatais.       Logo, a visão distorcida do brasileiro sobre o estrangeiro advém de uma ignorância histórica e de uma cultura racista que devem ser combatidas. Para isso, o Ministério da Educação deve ensinar aos alunos as matrizes étnicas do país, por meio da inclusão de discussões em sala de aula, a fim de criar uma inclinação desses ao respeito ao estrangeiro. Também é necessário que os canais de TV aproximem a população do assunto, a partir da adesão de enredos que mostrem a realidade dos imigrantes, de forma a criar a sensibilizá-la sobre as consequências da xenofobia. Por último, ONGs devem prestar apoio aos imigrantes que possuem dificuldades em se estabelecer no país, com arrecadação e doação de fundos, para que sejam garantidas condições humanas de vida para esses.