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Enviada em: 13/08/2018

“O importante não é apenas viver, é viver bem”. Atribuído a Platão, o adágio traz uma perspectiva para a ideia de qualidade de vida. A partir dessa máxima, a vacinação, enquanto instrumento de profilaxia, pode ser vista como uma maneira de se garantir uma melhor qualidade de vida para as pessoas, uma vez que já se encontra comprovada, a partir de métodos científicos, sua eficácia na prevenção de muitas doenças contagiosas que afligem a humanidade.              Apesar do incontestável benefício das vacinas para qualidade de vida das pessoas, é notável que a vacinação parece render, de tempos em tempos, grandes polêmicas. Basta recordar, por exemplo, da Revolta da Vacina, que eclodiu no Brasil durante os primeiros anos do século XX. Naquela época a campanha causou desconforto na população, sobretudo por causa obrigatoriedade e da falta de informações. Outrossim, na atualidade, movimentos contrários ao uso de vacinas vem ganhando cada vez mais força, em especial por meio de “Fake News”, que tanto desinformam quanto ressuscitam mitos que já haviam sido derrubados.         Nesse contexto, a falta de vacinação pode levar ao ressurgimento de doenças que se encontravam erradicadas. É o que vem acontecendo com o sarampo, a rubéola e a difteria, que têm voltado a afetar populações em países como os EUA e o Brasil. Como decorrência, verdadeiros surtos podem acontecer. E isso, por conseguinte, tende a impactar de forma negativa a qualidade de vida das pessoas.         Outro problema que decorre da falta de vacinação é que, em consequência do ressurgimento de doenças, gastos governamentais tendem a aumentar, impactando, dessa forma, na alocação de recursos públicos. É o que pode acontecer na hipótese de uma pandemia, pois o Governo se veria obrigado a alocar de forma emergencial recursos. Assim, haveria apenas a “remediação” do problema, com o remanejo de recursos, quando tudo isso poderia ter sido evitado apenas com a prevenção.         Ante o exposto, é inegável que a vacinação é algo necessário, todavia, não deve ser de cunho obrigatório, tal como ocorreu na Revolta da Vacina. Deve existir, no entanto, uma massiva estratégia de conscientização e esclarecimento. Nesse sentido, no caso brasileiro, o Governo Federal deve atuar de forma incisiva no combate às "Fake News", bem como no esclarecimento sobre os benefícios da vacinação. Para isso, campanhas nas escolas, nas redes sociais (inclusive com o uso de influenciadores digitais) e entre as mães e mulheres em idade fértil devem ser realizadas de forma intensa, inovadora e constante. Assim, por meio do retorno à estratégia de profilaxia as pessoas poderiam, de fato, “viver bem”, aos moldes do que foi preconizado por Platão.