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Enviada em: 12/10/2018

O Brasil foi o primeiro país a incorporar uma grande variedade de vacinas no Sistema Único de Saúde (SUS), oferecendo-as gratuitamente, segundo dados do Programa Nacional de Imunização (PNI). Mesmo assim, de acordo com o Ministério da Saúde, em 2017 foi atingida a maior queda de vacinação em anos. Dentre os motivos responsáveis por tal fato encontram-se o aumento dos grupos anti-vacinas e a falsa sensação de que determinadas doenças já não existem mais.       Em 1904, o Rio de Janeiro passou por um período muito turbulento. A eclosão da Revolta da Vacina deu-se com o decreto da vacinação obrigatória. O medo e a falta de informação levou a população a assumir uma postura contrária à ordem. Mais de 100 anos depois, resquícios desse receio permanecem no povo brasileiro. A desinformação, muitas vezes corroborada por fake news, faz com que os cidadãos coloquem os efeitos colaterais pontuais acima de todos os benefícios trazidos pelos imunobiológicos. Nesse cenário, cresce o número de indivíduos contrários à vacinação - os chamados grupos anti-vacinas. Contudo, especialistas indicam que os eventos adversos que podem ser causados pelas vacinas são infinitamente menores que as consequências das doenças, sendo de suma importância a imunização da maior quantidade de pessoas possível.       Ainda assim, parte do povo brasileiro mostra-se incapaz de acreditar na existência de algumas doenças. Graças ao sucesso do PNI, criado em 1973, houve a erradicação de diversas patologias, preveníveis através de vacinas. Dessa forma, grande parcela da população adulta atualmente nunca teve contato com estas. Por conseguinte, algumas pessoas têm dificuldades em perceber a necessidade da imunização, não dando relevância ao período de campanha de vacinação nos postos de saúde, deixando seus filhos desprotegidos.       À luz dos fatos mencionados, é imprescindível ressaltar o valor da vacinação para a proteção dos cidadãos, prevenindo o retorno de doenças já erradicadas. Para isso, é necessário que o Ministério da Saúde aja em parceria com a mídia, levando ao conhecimento da população os benefícios da vacina, desconstruindo a imagem negativa existente através de propagandas e canais de comunicação diretos, a fim de conscientizar os indivíduos da imprescindibilidade do medicamento. Também, as escolas devem colaborar com as Unidades Básicas de Saúde, fornecendo vacinação nos colégios, para imunizar as crianças, com autorização dos pais. Dessa maneira, o sucesso do PNI continuará se estendendo por muitos anos mais.