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Enviada em: 25/08/2019

A falta de vacinação remete ao que o escritor Jean Baudrillard abordou em “À sombra das minorias silenciosas”, com a visão de uma sociedade irracional e segregada. Analogamente, a indiferença humana em torno da área de saúde estabelece limites nas relações entre os homens. Essa negligência social afeta, inclusive, a população infantil. É nesse viés que a problemática da falta de vacinação aponta a falta de consciência coletiva nos atuais paradigmas do Brasil.       Em primeira análise, as causas da não vacinação de crianças podem ser observadas sob perspectivas sociais e humanas, tendo em vista que se tornaram reflexos da perpetuação do individualismo no tecido social brasileiro. É crescente o número de mães que não vacinam bebês por acreditarem em falsas informações. Movimentos antivacina têm divulgado que a vacinação é só um mecanismo de obtenção de lucro das indústrias farmacêuticas. Assim sendo, a saúde das crianças ficam prejudicadas por causa da falta de informação. Dessa forma, percebe-se, na área da saúde, uma falência de ideologias que confirmam a visão de Baudrillard.          Incontestavelmente, é preciso salientar os impactos para a própria sociedade. A falta de vacinação pode acarretar, além de internações e de mortes, o alastramento de doenças que poderiam ser facilmente contidas por meio da vacina. Sob esse contexto, é certo declarar que a população brasileira apresenta uma completa inversão de valores. Além disso, é certo que pode ocorrer também, o retorno de doenças que já foram erradicadas, como aconteceu com o sarampo no ano de 2018, na região Norte do país. Assim sendo, é necessária a obrigatoriedade da vacinação, de forma que esses problemas sejam evitados. Dessa maneira, ao analisar as consequências da falta de vacinação, pode-se dizer que há uma relação de interdependência entre o indivíduo e a sociedade, como teorizada pelo sociólogo alemão Norbert Elias.        Fica evidente, portanto, que os preceitos elementares entre indivíduo e sociedade, assegurados pela teia de interdependência de Elias, devem ser explorados de forma que a população brasileira adquira novos valores de cidadania acerca da vacinação. Nessa perspectiva, faz-se necessário que o Ministério da Educação –em parceria com instituições privadas- promova a criação de vídeos e de enquetes, por meio de plataformas digitais, com discussões e debates desenvolvidos por profissionais da área sobre as vacinas, de forma que a Educação Social desperte a preocupação e o conhecimento da população, já que se observa uma alteração nos padrões sociais brasileiros. Afinal, segundo o autor norte-americano Skinner, a educação sobrevive mesmo quando todo o resto aprendido é esquecido.