Hoje as vacinas são consideradas imprescindíveis, mas no final do século XVIII, logo após sua descoberta no Reino Unido, elas provocaram horror na população. Aqui no Brasil, pouco tempo depois, a inoculação de um material retirado das pústulas de animais foi a primeira forma de se uma doença por imunização, a varíola. Vencida essa enfermidade, outras tantas provocaram surtos e assombraram a medicina, mas a vacinação é cada vez mais acessível no país. Apesar de o programa de vacinação no Brasil ser um modelo para o mundo, o país vê, desde 2015, seus índices de cobertura vacinal despencarem. Isso significa que a população não está tomando as vacinas como deveria. Como consequência, estamos expostos a doenças que já haviam sido erradicadas no passado. Talvez o principal estopim para essa desconfiança tenha sido um estudo produzido pelo médico britânico Andrew Wakefield em 1998. Seu estudo contava com 12 crianças autistas e relatava que oito delas começaram a apresentar os sintomas após terem recebido a vacina tríplice viral. O estudo foi exaustivamente divulgado pela mídia de todo o mundo, deixando os pais com medo e fazendo com que muitos deixassem de vacinar seus filhos. A vacinação em uma região visa não somente fazer a prevenção individual, mas também a prevenção de uma população em geral. É muito difícil que se consiga vacinar 100% de uma população. Mas, se a maior parte dela for vacinada, a circulação dos antígenos praticamente zera, o que acaba também protegendo as pessoas que não foram tomaram a vacina.