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Enviada em: 29/08/2017

A Revolta da vacina, no início do século XX, foi consequência da frustração a que vinham sendo submetidos os moradores humildes do Rio de Janeiro, desde o processo de expulsão dos cortiços para modernização do centro urbano, até o momento em que os agentes de saúde entraram em suas casas e tentaram lhes aplicar a vacina, sem consentimento e, principalmente, sem conhecimento da necessidade e da melhora de vida que aquele medicamento iria proporcionar. Entretanto, hoje, após a revolução tecnológica da comunicação, a obrigatoriedade da vacina é um caminho plausível?       Para Aristóteles, "o homem é um ser social" e, como tal, deve estar atento ao que o cerca para se adequar e concluir o que é positivo ou não para ele. Entretanto, no Brasil, apenas 50% da população tem acesso a internet, segundo o portal dos Serviços de Assessoria (Serasa Consumidor), ou seja, o acesso à informação ainda é muito precário. Ainda assim, entre 2003 e 2013, a vacinação atingiu cerca de 95% dos brasileiros, como informou o Ministério da Saúde no portal oficial do Governo, o que revela que, mesmo sendo apenas um conselho da saúde pública do país, as campanhas estão se efetivando quase que em sua totalidade.       Infelizmente, com o advento das redes sociais, os discursos contrários e sem embasamento em estudos sobre o assunto, ganham espaço e adeptos, como o recente surto de anti-vacinação que vem sendo perpetuado no Facebook, onde pessoas relatam que, sem nunca terem recebido vacina, nunca ficaram doentes. No entanto, sabe-se que cada indivíduo possui seu organismo de defesa, uns mais resistentes do que outros, porém, como revelam os surtos como o de febre amarela que ocorrera no Brasil e, desde 2016 é novamente uma preocupação devido ao acidente em Mariana e a destruição do habitat natural do mosquito transmissor, o Aedes Aegypti, a maioria da população não se encaixa nessa realidade. Outrossim, ainda que não tenha sido vacinado, um bebê recebe alguns anticorpos pela amamentação na mãe, que, por sua vez tenha sido medicada em outras ocasiões, ou seja, mesmo que indiretamente, muitos desses que discursam, receberam a profilaxia.       Em suma, a obrigatoriedade não é o melhor caminho, já que a informação prepara e evita uma fiscalização tão rígida. Portanto, cabe ao Governo Federal em parceria com publicitários em período de estágio, estruturarem mídias que utilizem dados reais da efetividade da vacinação na população, para serem divulgadas nas redes sociais, jornais digitais e impressos, além da televisão.E ainda, como já dizia Kant, "o homem é o que a educação faz dele", então às escolas fica a responsabilidade de criar seminários anuais sobre saúde, ensinando pelo discurso de profissionais da área, também em momento de preparação, como biólogos, médicos e biomédicos, os riscos e profilaxias das doenças.