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Enviada em: 17/02/2018

Revolta da vacina: o retorno       Em meio à epidemia de arboviroses que têm assolado o país nos últimos anos, a obrigatoriedade em se aplicar as vacinas tem sido questionada, em especial por aqueles que temem seus efeitos adversos. Porém, há fortes razões que evidenciam a necessidade em tornar a vacinação obrigatória.       A primeira consiste no fato de que por meio da vacinação compulsória pode-se erradicar doenças, como ocorreu com a poliomielite e a varíola no Brasil. A vacinação, além de atuar como medida profilática àquele que é imunizado, também evita a propagação da doença a outras pessoas. Vacinar-se é, portanto, um ato de empatia para com o outro.       Embora os benefícios da vacinação sejam inquestionáveis, não se pode desprezar o medo sentido por parte da população acerca desse tipo de imunização. Esse medo advêm, geralmente, de informações mal escritas, ou até mesmo falaciosas, sobre os efeitos da vacina. Soma-se a isso a ineficiente divulgação de campanhas de vacinação pelo governo que, ao deixar lacunas sobre o processo de produção da vacina, sua atuação no organismo, quem pode tomá-la e o porquê da vacinação, acaba por construir um obstáculo à vacinação voluntária.       Justamente pela postura negativa que muitas pessoas assumem em relação à vacinação que esta deve ser obrigatória, de forma a garantir a saúde da população em geral. Porém, essa obrigatoriedade deverá ser acompanhada de propagandas desenvolvidas pelo governo e entidades públicas de saúde capazes de sanar completamente as dúvidas dos indivíduos. Além disso, deve-se reforçar a divulgação destas mesmas propagandas, na televisão, em sites e em folhetos, com linguagem acessível, a fim de que todos os brasileiros sejam conscientizados.       Deve-se lembrar que a Revolta da Vacina, ocorrida no início do século XX, não ocorreu pela obrigatoriedade da vacina, mas antes pelo desconhecimento que a população possuía sobre os efeitos desta, o que deu margem à diversas especulações contra a imunização - e o que ocorre hoje não é diferente.       Portanto, enquanto as campanhas de vacinação não forem capazes de incutir nos cidadãos o desejo de se vacinar voluntariamente, a vacinação deverá ser obrigatória.