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Enviada em: 23/04/2018

De acordo com o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) apenas 4% das fronteiras brasileiras são monitoradas. Essa estatística se torna mais preocupante quando se analisa o fato de que dentre os dez países que fazem divisa com o Brasil, três são os maiores produtores mundiais de cocaína e maconha (Peru, Bolívia e Colômbia). Diante dessas informações, e dos altos índices de criminalidade que assolam o país – o Brasil é o país com maiores mortes por armas de fogo no mundo, com 29,9 mortes a cada 100 mil habitantes – é possível associar a crescente violência, a ineficácia do Estado em coibir a entrada de drogas e armas por suas fronteiras.       Em primeira análise, os investimentos em tecnologia e efetivo policial nas regiões de fronteiras são insuficientes. Como prova, pesa o fato de que o único estado do Brasil, que dispõe de uma equipe especializada no assunto é o Mato Grosso do Sul, através de um projeto piloto de monitoramento e inteligência com o objetivo de investigar e coibir a atuação de narcotraficantes e traficantes de armas na região.       Em segunda análise, a diplomacia brasileira tem se mostrado incapaz de pressionar os grandes produtores de armas, como Estados Unidos e Rússia, no sentido de fiscalizarem e coibirem o tráfico de armas internacional e igualmente, pressionar os países produtores de drogas a coibir o tráfico em seus países, de forma que esses narcóticos não cheguem as fronteiras brasileiras. A precária fiscalização das regiões de divisas produz graves consequências, no que tange ao aumento da violência em todo o país.       Portanto, é preciso que o Estado compreenda isso e destine mais investimentos ao Sisfron, de forma a estender esse programa de monitoramento a toda a extensão da fronteira. Ademais, urge-se o recrutamento de mais agentes de segurança nessas regiões, de modo que, munidos das informações fornecidas pelo Sisfron, estes profissionais exerçam um trabalho de fiscalização, investigação e inteligência. Em consonância, o governo brasileiro poderia firmar acordos de cooperação entre as polícias de países vizinhos, unindo-se em torno do objetivo de proteger ambos os países da ação de criminosos, além de pressionar os grandes produtores de armas mundiais a intensificar o controle e fiscalização sobre a venda desses produtos.