Vício Nacional Os Desafios da polícia de fronteira no Brasil são inúmeros, tanto pela extensão da divisa nacional com outros países quanto pelo baixo efetivo policial que as patrulha. Ademais, o investimento tecnológico que é vital para salvaguardar o território brasileiro da entrada de entorpecentes e contrabandos é aquém ao necessário. A priori, o Brasil é o quinto país com a maior extensão territorial. Além disso, possui divisas de terras e rios com outros dez países sul-americanos, somado a uma vasta costa marítima. Em virtude disso, o patrulhamento das divisas é comprometido devido ao baixo número de policiais e de acordo com a PF, a polícia de fronteira possui pouco mais de 900 agentes para mais de 23 mil quilômetros de fronteiras. Nesse mesmo viés, a tecnologia à disposição das forças da lei é defasada ou insuficiente para uma eficaz proteção nacional. Embora a força policial conte com veículos de última geração, os sistemas de vigilância contínua, como satélites, drones e radares, são insuficientes para a vigilância de toda extensão territorial brasileira. Ainda assim, o serviço de monitoramento das fronteiras é ineficaz e cobre apenas 4% do limiar nacional segundo o exército. Em suma: toneladas de produtos ilegais entram no Brasil diariamente. Desse modo, os desafios da polícia de fronteira no Brasil são resultados de um mau planejamento estatal na defesa nacional. Por isso, o desenvolvimento de uma força policial de fronteira com efetivo suficiente para atender a extensão brasileira deve ser priorizado pelo Estado. Dessa forma, o Governo Federal pode integrar os serviços de defesa (exército e polícia) para que atuem com mais celeridade e inteligência nas operações de desmantelamento das rotas de contrabando e tráfico. Outrossim, é a modernização do sistema tecnológico de defesa por meio de parcerias com as faculdades de engenharia no Brasil para viabilizar a sua rápida implementação no território. Por fim, o descaso com a proteção das fronteiras brasileiras é um vício nacional que vem desde a época colonial até os dias atuais.