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Enviada em: 28/04/2018

A atual demarcação territorial do Brasil coloca-o em contato direto com os maiores produtores de cocaína do mundo, a saber: Colômbia, Peru e Bolívia, segundo os dados da ONU. Assim, a questão geográfica contribui, consideravelmente, para a entrada de drogas na nação brasileira. Esse quadro constituiu-se num grande desafio para a polícia de fronteira, que precisa patrulhar cerca de 17 mil km de fronteiras terrestres e 7 mil km de costa marítima. Porém, o número de policiais federais, a falta de ampliação tecnológica e o contingenciamento de recursos impedem a eficiência.     Segundo o diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal (PF), Oslain Campos, o efetivo para o patrulhamento é de apenas 982 policiais. Decerto, isso é insuficiente diante da extensão fronteiriça. Além disso, a infraestrutura e os materiais para o trabalho são precários, o que facilita a entrada de toneladas de drogas, de armas e de contrabandos, que auxiliam no financiamento das operações do crime organizado nos centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, cujo índice de violência é alto.     Outro fator que dificulta a vigilância nas fronteiras é o contingenciamento de recursos, que está imbricado com a crise financeira que assola o país. Assim, a intensidade das operações fica reduzida e a ampliação das tecnologias do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) não é desenvolvida. Desse modo, os satélites, radares e sensores que poderiam vigiar os limítrofes - como o panóptico, na perspectiva de Jeremy Bentham, que assemelha-se à "sociedade de controle", no entendimento de Gilles Deleuze -  não são tão utilizados porque falta mais investimento.    Portanto, para que haja eficiência no patrulhamento das fronteiras, é necessário que o Ministério da Segurança Pública contrate novos policias federais, por meio de concurso público, a fim de aumentar o efetivo nas divisas territoriais. Não obstante, o Ministério do Planejamento, da Defesa e da Justiça precisam repassar mais verbas para a Polícia Federal e Forças Armadas, para que sejam construídas novas bases de patrulhamento e adquiridos equipamentos tecnológicos, aumentando, assim, a fiscalização.