Enviada em: 28/04/2018

Grandes nomes da filosofia, entre eles Thomas Hobbes, John Locke e Rosseau, acreditam que a sociedade seja uma estrutura inventada pelo homem. Apesar de divergirem sobre alguns aspectos de suas teorias, esses pensadores compartilham a crença de que uma das motivações principais que levou o homem a instituir essa estrutura foi o fato de que ao delimitar fronteiras, a segurança seria garantida pelo Estado. Fazendo um paralelo ao pensamento desses filósofos com a questão fronteiriça hodierna no Brasil, nota-se que a segurança da população brasileira encontra-se comprometida, devido aos inúmeros desafios enfrentados pela polícia de fronteira do país.         A grande extensão territorial e os vizinhos tidos como destaques na produção de drogas pelo mundo, somados ao baixo investimento da União nesse setor são alguns dos exemplos que justificam o comprometimento da segurança pública brasileira. Visto que, a carência de pessoal e de infraestrutura que proporcione uma certa facilidade no monitoramento dessa vasta região são fatores que interferem de maneira significativa na eficiência do serviço dos agentes federais. E sem o monitoramento adequado, o tráfico de drogas e o contrabando de outros produtos se intensificam, prejudicando, assim, a segurança no interior do país.             Ademais, a falta de investimentos na defesa da fronteira também relaciona-se ao aumento da periculosidade do ofício desses agentes, desmotivando-os no comprimento de suas responsabilidades e, em certos casos, podendo ser um fator de influência às práticas corruptas. Outrossim, esse mesmo aumento do perigo que os oficiais federais já são submetidos também pode ocasionar a diminuição dos interessados a seguir a essa profissão, de modo a reforçar a carência de pessoal já existente nessa área e a estabelecer um ciclo vicioso no contexto de tal problemática.             Diante das reflexões expostas, torna-se evidente a urgência na adoção de medidas que revertam o quadro apresentado. Entre elas, o redirecionamento das verbas da Receita Federal, priorizando o setor de segurança da fronteira. Com o acréscimo do investimento, o Poder Público pode modernizar os equipamentos desse setor e aumentar o número de contratações. Outra sugestão, tão importante quanto, seria a proposta por uma integração maior dos países do Mercosul no combate ao tráfico de drogas. A criação de uma polícia do bloco que atuasse nas fronteiras de seus participantes se faz interessante ao diminuir a demanda de serviço das polícias nacionais de cada integrante e ao contribuir na concretização do mercado comum, objetivo inicial que levou a formação do bloco.