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Enviada em: 04/07/2018

No livro "Política", Aristóteles descreve a cidade ideal e ressalta a importância dos muros para a sobrevivência e integridade da Pólis. Evidencia-se, portanto, que a preocupação com as fronteiras é inerente às estruturas civilizadas complexas. Na atual conjuntura brasileira, os baixos investimentos nessa questão tem comprometido o bem-estar dos cidadãos por estar relacionada com a entrada ilegal de armas e drogas no país. Tal problemática se acentua em virtude de desafios como as dimensões continentais do território nacional e a carência de tecnologias de monitoramento.    Em primeira análise, segundo o Relatório da Polícia Federal, de 2014 a 2017 o número de entrada ilegal de armas no país quintuplicou. Dessa forma, quando analisamos os índices de taxa de homicídios dos últimos anos, aumento de 22,7% segundo o Atlas da Violência, podemos perceber que a negligência com as fronteiras está intimamente ligada ao tráfico e à violência urbana. Logo, não é incomum ver situações ultrajantes como a de traficantes portando arsenais de guerra norte-americanos enquanto policiais contam apenas com armas de médio e baixo calibre para defender a si e à sociedade.     No entanto, o estabelecimento de uma proteção eficiente das divisas conta com certos obstáculos como os vastos 17 mil quilômetros de fronteira existentes, marcadas por matas fechadas como a Amazônia e cortadas por rios que facilitam a entrada de contrabandistas e dificultam a ação da Polícia Federal. Assim, há uma demanda não satisfeita por tecnologias que viabilizem esse supervisionamento, pois com o que temos apenas 4% das fronteiras nacionais são monitoradas, segundo o Sistema Integrado de Monitoramento de fronteiras. Desse modo, a falta de investimentos suficientes corrobora para o avanço do contrabando e sobrecarrega o trabalho dos policiais combatentes.    Destacam-se, portanto, significativos desafios para a atuação do policiamento de fronteira, instrumento fundamental para a manutenção da Ordem Nacional e enfraquecimento do tráfico. A fim de proporcionar um sistema de monitoramento eficiente, o Governo Federal deve investir em tecnologias de sensoriamento geográfico por meio de convênio com nações detentoras dessas inovações, como os Estados Unidos. Com isso, a ação da polícia poderá se dar de forma mais clínica e rápida. Além disso, o Ministério da Justiça deve incentivar a ação dos policiais por meio da liberação de gratificações e bônus por produtividade. Assim, poderemos contar com um engajamento maior dos policiais e fortalecimento da supremacia territorial nacional.