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Enviada em: 04/10/2018

A polícia, instituição existente em praticamente todas as sociedades, tem a função de vigiar e de proteger os civis e o território. Hoje, no Brasil, percebe-se que a polícia enfrenta inúmeros obstáculos para exercer seu papel, em especial a que trabalha nas divisas com outros países. Nesse sentido, tanto a extensão das fronteiras quanto o descaso governamental para com o assunto, contribuem para a existência do problema. Por isso, faz-se necessário não só analisar esses desafios da polícia fronteiriça, mas também buscar meios para mitigar a situação.    A princípio, cabe destacar que a dimensão da fronteira brasileira dificulta o processo de policiamento. Isso porque, ao ter aproximadamente 17000 km e ser acessível por meios terrestres e aquáticos, essa torna-se quase impossível de ser completamente vigiada. Por conseguinte, fica muito difícil barrar, nas fronteiras, o contrabando de produtos diversos e o tráfico de drogas que gera inúmeros impactos no país, como formação de 'cracolândias', consolidação de facções e superlotação dos presídios. Tal questão torna-se ainda mais problemática quando considera-se o fato de que o Brasil faz fronteira com os países que mais produzem entorpecentes no mundo, sendo eles Colômbia, Peru e Bolívia, segundo dados do Governo Federal.     Ademais, convém ressaltar que o ínfimo investimento estatal colabora para a existência do problema. Isso, pois, apesar do aumento dos esforços nos últimos anos, o governo ainda não disponibiliza a verba necessária para aquilo que é fundamental ao trabalho, como para a contratação de mais policiais, para a construção de novas centrais de controle e para a obtenção de tecnologia auxiliadora. Nesse contexto, nota-se que há uma violação do contrato social -conceito proposto por John Locke-, já que, o Estado não garante que os cidadãos usufruam de segurança de qualidade, que é seu dever e direito do povo. Em virtude disso, além do problemático narcotráfico, ocorre também a biopirataria, que acontece principalmente na Amazônia e consiste no roubo de espécies animais e vegetais, que são vendidas ou utilizadas para pesquisa.    Torna-se evidente, portanto, que a polícia fronteiriça enfrenta diversos empecilhos para efetuar sua missão e, por isso, medidas são necessárias para resolver o problema. Logo, é dever do governo, em parceria com a iniciativa privada, investir na admissão de mais policiais, na compra dos materiais precisos e, especialmente, em pesquisas e desenvolvimento de tecnologias -como câmeras, sensores e melhores instrumentos de comunicação- com a finalidade de tornar mais viável vigiar tamanha extensão de terra, mesmo com número reduzido de homens. Dessa forma, será possível que os policiais consigam, efetivamente, proteger todo o Brasil.