Materiais:
Enviada em: 22/10/2018

Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa o tratamento de dependentes químicos, no Brasil, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, pois, tal procedimento não é realizado de forma efetiva, dificultando a adequada reinserção do dependente na sociedade e, com isso, a execução de sua cidadania.       É indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, os investimentos governamentais, rompe essa harmonia, haja vista que o abuso de substâncias químicas estão focadas na punição como solução, tomando como base a política de “guerra às drogas”. Entretanto, tal preferência acarreta na insuficiência de verbas destinadas à esfera do tratamento, dificultando tanto os aspectos quantitativos – número de centros, profissionais, medicamentos – quanto os qualitativos – pesquisas científicas, qualidade estrutural – de instituições para assistência a, por exemplo, alcoólatras e usuários de crack e cocaína       Outrossim, destaca-se a falta de socialização e sociabilidade como impulsionador do problema. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que são fatores que submetem o homem a angústias – financeiras, psicológicas, sociais – levando-o a recorrer às drogas como refúgio. Diante disso, a sociedade ainda mantém um preconceito com os usuários, considerando-os patológicos e preferindo isolá-los. Consequentemente, não há tanto a consciência individual como o incentivo coletivo para que haja a procura de tratamento, o que impõe limites à efetividade desse mecanismo.        É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem a atender a necessidade de medidas para mitiguem os desafios do tratamento de dependentes químicos no Brasil. Destarte, o Governo deve, por meio de programas assistenciais como o já criado em 2018, destinar mais verbas para a área de saúde dos viciados, a fim de que haja a construção e manutenção de centros de tratamento em todos os polos regionais do país. Ademais, é essencial que instituições sociais, como a Igreja – por meio de palestras – e ONGs – por intermédio de publicidades em revistas,  – conscientizem a população acerca da importância de incentivar a busca por tratamento.