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Enviada em: 12/04/2019

Na série ''Narcos'', produção que narra a vida do narcotraficante colombiano Pablo Escobar, a pouca estrutura de fiscalização nas divisas entre os países é essencial para o sucesso no deslocamento de produtos contrabandeados e drogas. Ao traçar um paralelo com a realidade, os desafios da polícia de fronteira no Brasil instigam a sociedade a refletir sobre os elementos que contribuem para as adversidades enfrentadas pelas tropas e agentes que atuam nos limites nacionais. Assim, é lícito afirmar que o Estado, com sua ineficiência administrativa, além da corrupção interna existente na própria polícia, colaboram para a perpetuação dos problemas de controle fronteiriços.     Primeiramente, é relevante destacar o lamentável tráfico de drogas e armas existente nas fronteiras brasileiras. Por esse ângulo, é ingênuo acreditar que o Estado é isento de culpa no que se refere à questão, uma vez que, ignora o potencial destrutivo que vem do exterior, contentando-se apenas em realizar medidas paliativas dentro do território nacional, como a apreensão de substâncias ilícitas e armas em depósitos que servem ao crime organizado tupiniquim, por exemplo. Desse modo, as guardas que atuam nas margens do país sofrem com a falta de investimento em efetivo pessoal, treinamento e inteligência que, em cooperação com países vizinhos que passam pela mesma problemática, poderiam sanar consideravelmente a questão do tráfico internacional. Destarte, a falta de políticas públicas que apliquem recursos nos corpos nacionais que atuam nas áreas limítrofes configura-se como um dos maiores desafios enfrentados pela polícia de fronteira no Brasil.        Outrossim, não há dúvidas de que práticas corruptas nas forças policiais, frequentemente noticiadas por veículos midiáticos, desafiam o Governo e a ética das corporações. É bem sabido a existência de pagamentos de propinas a agentes que, por sua vez, têm como objetivo fazer com que a mercadoria ilegal trafegue livremente até o destino final. Sob esse aspecto, Adam Smith, economista britânico, diz em sua obra ''A Riqueza das Nações'': ''Em governos corruptos, leis que proíbem o contrabando são muito pouco respeitadas''. Dessa forma, há uma imoralidade por parte de indivíduos que trabalham para o Estado, além de leis ineficientes que são falhas em aplicabilidade prática.      Faz-se evidente, portanto, que ações são necessárias para alterar essa conjuntura. Para isso, o Poder Executivo, por meio de decreto regulamentar, deve autorizar o aumento de repasses financeiros para contratação de pessoal por concurso público, treinamento e aplicação em tecnologia de ponta para investigação das guardas de fronteira, como sistemas de informação integrada, que tornarão o trabalho mais eficaz. Somado a isso, o Congresso Nacional deve dar prosseguimento à votação de projetos de lei que punam com mais rigor agentes corruptos que trabalham nas fronteiras brasileiras.