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Enviada em: 17/04/2018

No filme "Em nome da lei", o juiz Marcos busca soluções para acabar com o tráfico na fronteira entre Brasil e Paraguai, porém percebe que a longa extensão da fronteira e a grande quantidade de traficantes é um desafio para a pequena quantidade de agentes da polícia. Fora das telas do cinema, a realidade brasileira não é diferente. No que se refere à Polícia de Fronteira no Brasil, há diversos problemas como a clandestinidade, pirataria e tráfico internacional de drogas. Nesse contexto, deve-se analisar como que as péssimas condições de trabalho, a imoralidade dos profissionais da fronteira e a falta de incentivo governamental intensificam tal problemática.                     A polícia de fronteira existe com o intuito de controlar o que entra e saí de um país, seja objetos, mercadorias ou pessoas. Logo, tem como principal atribuição a patrulha das divisas, no entanto, o Brasil encontra dificuldades no patrulhamento de suas fronteiras em decorrência de sua extensão territorial, a ineficácia do uso tecnológico e a improbidade administrativa - responsável pelo repasse insatisfatório para desenvolvimento de tais ações. É indubitável que a carência de policiais nas fronteiras do país esteja entre as causas do problema. De acordo com dados do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), apenas 4% das fronteiras do Brasil são monitoradas. Sob tal perspectiva, não há dúvidas de que essa quantidade é insuficiente, uma vez que, o Brasil é um país continental com mais de  16 mil quilômetros de extensão. Assim, tal fato corrobora para a proliferação de drogas nos grandes centros urbanos.                        Outrossim, convém ressaltar que o descaso do governo no investimento da fiscalização nas extremidades do país deterioram a situação. Segundo Hannah Arendt, em ''A Banalidade do Mal'', o pior mal é aquele visto como algo cotidiano e corriqueiro. De maneira análoga, as realidades tão recorrentes das fronteiras brasileiras, são encaradas como uma normalidade pelo Estado, pois o mesmo acaba por não encarar o problema como real e torna-se omisso. Além disso, uma das dificuldades para a expansão do Sisfron é a natureza diversa da geografia brasileira. Para levar o projeto para os quase 9 mil quilômetros de fronteiras amazônicas, por exemplo, equipamentos terão de sofrer adaptações.                            Tendo em vista a situação enfrentada nas fronteiras, cabe ao Governo Federal, através do Ministério da Defesa, implementar com tecnologias os sistemas fronteiriços, para assegurar de maneira mais eficaz o exercício de sua defesa pelos policiais. Além disso, é dever também do Estado propor aumentar o efetivo nas fronteiras e concomitantemente criar novos postos de fiscalização, para que assim supere os desafios da Polícia nas fronteiras.                                                .