Materiais:
Enviada em: 04/06/2018

Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus a rolar uma enorme pedra morro acima eternamente. Todos os dias, Sísifo atingia o topo do rochedo, contudo era vencido pela exaustão, assim a pedra retornava à base. Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta cotidiana de milhares de brasileiros vítimas de um sistema de saúde desigual e arcaico, os quais buscam conquistar um atendimento médico digno e igualitário. Nesse contexto, não há dúvidas de que a política pública de saúde é um desafio no Brasil, o qual ocorre, devido não só ao subfinanciamento do governo, como também, ao desvio de verba para outros setores.   A Constituição Federal de 1988 garante que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado, todavia o Poder Executivo não cumpre seu compromisso com a população. No Período Imperial, o acesso aos tratamentos variavam de acordo com a classe social, assim os nobres eram privilegiados com medicamentos de qualidade, enquanto os pobres morriam rapidamente com a falta de atendimento médico. Consoante o levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), entre 2009 e 2013 mais de 581 pessoas morreram na fila de espera do Sistema Único de Saúde (SUS), inaugurado na Constituição Federal. Desse modo, nota-se que mudanças são necessárias nessa área.    Outrossim, o desvio de dinheiro está relacionado com a falta de recursos médicos. No Governo de Getúlio Vargas, reformulações no sistema de saúde foram promovidas, como tratamento de epidemias, porém as verbas destinadas a área da saúde eram desviadas para a industrialização, assim o atendimento não chegava a todos e o Brasil continuava doente. Segundo o site O Globo, nos últimos nove anos, o Governo Federal contabilizou 2,3 bilhões de reais que deveriam curar e prevenir doenças, no entanto escorreram pelo ralo da corrupção. Nesse sentido, para Sócrates, "é muito mais fácil corromper do que persuadir".   Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse problema. Cabe ao Centro de Informações em Saúde propor a criação de um aplicativo que reúne dados importantes de cada paciente, como exames e diagnósticos. Essa ficha irá diminuir o tempo de espera do paciente para a consulta, auxiliando na redução da desigualdade social. Ademais, é dever do Governo Federal melhorar o sistema de saúde, atribuindo uma infraestrutura de qualidade e um salário justo aos funcionários dos hospitais, para assim atrais profissionais recém formados, os quais ampliarão o número de consultas. Diante disso, a realidade distanciar-se-á do mito grego, e os Sísifos brasileiros vencerão o desafio de Zeus.