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Enviada em: 11/06/2018

Não é difícil imaginar esta cena: uma cidade de população majoritariamente pobre, após uma campanha obrigatória de vacinação, se rebela contra o Governo vigente e inicia-se um conflito violento. Esse cenário – ocorrido no Rio de Janeiro em 1904 e popularmente conhecido como Revolta da Vacina – mostra de que maneira a falta de informação pode afetar na prevenção de doenças. No entanto, esse é somente um dentre vários fatores históricos que explicam a situação atual da saúde pública brasileira, que, apesar de alguns avanços, ainda se apresenta falha em muitos aspectos.       Em primeiro lugar, é crucial reconhecer que o Sistema Único Saúde Pública brasileiro (SUS) deu largos passos em direção à competência. Em outras palavras, o SUS é considerado exemplo mundial e ficou reconhecido como o maior programa gratuito de vacinações e transplantes de órgãos. Além disso, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), as unidades públicas brasileiras não negam procedimentos de alta complexidade e são usadas de forma exclusiva por 70% da população. Contudo, os pontos negativos aparecem de forma nítida e maior se comparado ao viés positivo.       Nesse sentido, vale visualizar, também, as falhas desse sistema. De acordo com o site “The World Bank”, enquanto países como o Canadá e a França investem de 15% a 19% na saúde, o Brasil apresenta um índice de apenas 6,8%. Esses números só mostram que o investimento por parte do Governo é baixo e acarreta em filas enormes a espera de atendimento e falta de equipamentos. Ademais, o ponto principal do SUS é o tratamento de doenças, esquecendo-se das prevenções que além de eficientes, apresentam menos custos para o país. Esses fatos só comprovam a visão de Dráuzio Varella, uma vez que, " A Máquina pública é uma máquina burocrática emperrada, difícil de fazer andar".       Torna-se evidente, portanto, que o SUS é essencial para a qualidade de vida do brasileiro, mas precisa de mudanças para, de fato, fazer a diferença. Para que haja uma melhora, o Ministério da Saúde deve diminuir gastos em outras áreas para aplicar mais verbas destinadas à saúde, investindo na infraestrutura de hospitais e continuando com a distribuição de remédios. Deve, também, criar políticas de prevenção a doenças e contar com a mídia para divulgação desses projetos, para persuadir a população a práticas preventivas e evitar novos conflitos tal como a revolta da vacina. Só assim, que a qualidade de vida dos brasileiros poderá melhorar gradativamente.