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Enviada em: 26/06/2018

Filas, correria, leitos em corredores e pessoas morrendo sem atendimento tornaram-se símbolos da saúde pública brasileira, cuja crise, pela qual está constantemente passando, traz como principal vertente o desafio de estabelecer limites entre as responsabilidades do Estado e da população.                  Em primeiro plano, vale destacar que o governo tem o dever de  alocar recursos à saúde e garantir que cheguem a seu fim, sem que sofram desvios por corrupção. Como já defendido pelo filósofo Francês Thomas Hobbes, a sociedade abre mão de sua liberdade para o Estado e, em troca, esse compromete-se a oferecer serviços básicos, como a saúde, que está diretamente ligada ao direito à vida, assegurado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Dessa forma, a população tem que exigir saúde de qualidade a todos, assim como a devida prestação de contas por seus governantes.                  Por outro lado, é relevante a percepção do papel do cidadão no que se refere à sua própria saúde, visto que, assim como defendido pelo médico brasileiro Dráuzio Varella,  cada um é responsável por seu próprio bem estar, atentando para os cuidados do corpo e da mente. O raciocínio é semelhante ao adotado nas indústrias com o advento do modo de produção toyotista, o qual vê na manutenção preventiva uma estratégia de economia, por poder ser planejada e evitar imprevistos. Desse modo, os cuidados individuais podem desafogar as urgências dos hospitais, diminuir filas e salvar vidas.                   Nesse sentido, urge que o Estado em parceria com a imprensa, oriente a opinião pública, por meio de campanhas que levem a sociedade às unidades básicas de saúde, de forma planejada e organizada de acordo com as faixas etárias, a fim de diminuir os atendimentos nas urgências e dar mais chances aos casos mais graves. Outrossim, o Ministério Público Federal deve intensificar  investigações no uso de recursos para a saúde com o objetivo de punir responsáveis por fraudes e garantir a idoneidade do sistema. Somente o correto uso da verba arrecadada em impostos, poderá criar cenários mais acolhedores e esperançosos àqueles que buscarem os serviços de saúde da rede pública.