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Enviada em: 27/06/2018

A Constituição Federal de 1988, considerada uma constituição cidadã, foi responsável pela instituição do Sistema Único de Saúde (SUS), que previa o atendimento universal aos brasileiros. Decorridas décadas desde esse marco histórico, as promessas do acesso à saúde como um direito fundamental não se concretizaram, dada a falência das políticas públicas na área. Nesse sentido, fatores de ordem estrutural, bem como social, caracterizam o dilema brasileiro no setor sanitário.    É importante pontuar, de início, o descaso governamental quanto à questão da saúde no país. Apesar de previsto como uma garantia aos cidadãos, a maioria dos hospitais públicos brasileiros encontra-se em situação de completo abandono, com a escassez de materiais, de medicamentos e até de médicos. Nesse contexto, o sistema de saúde no Brasil, subfinanciado, apresenta dificuldades no atendimento aos pacientes em um quadro de superlotação de seus espaços. Diante dessa situação caótica, o recente escândalo de corrupção no Rio de Janeiro torna-se ainda mais preocupante, em que denúncias de 2017 expunham desvios milionários do setor de saúde do estado em contraste com a precariedade dos hospitais cariocas. Assim, a ingerência pública nessa importante área resulta em um estado de calamidade.     Outrossim, tem-se os impactos sociais do sucateamento da saúde pública brasileira. Conforme o pensamento do físico Albert Einstein, o avanço científico e tecnológico deve favorecer o desenvolvimento humano. A realidade brasileira, entretanto, é marcada pelo atendimento médio de ponta apenas nos planos privados. Nesse sentido, a população mais pobre, que representa boa parte dos brasileiros, é excluída dos benefícios advindos das inovações na ciência, sendo submetidas a um falho sistema de saúde. Com as extensas filas de espera e a falta de suporte médico, milhares de brasileiros sofrem com a falência desse setor no país.     É notória, portanto, a influência de fatores estruturais e sociais na problemática supracitada. Nesse viés, cabe ao Governo, por intermédio dos órgãos responsáveis, destinar maiores investimentos ao setor de saúde do país. A ideia da medida é, a partir da disponibilização dos materiais e dos medicamentos nos postos de saúde, além das melhorias físicas desse espaço, consolidar um sistema eficiente de atendimento aos brasileiros, garantindo o direito à saúde. Ademais, é dever da população civil, em consonância com a mídia, realizar cobranças aos políticos acerca do estado de abandono dos hospitais públicos. Essa intervenção deve contar com protestos nas ruas e campanhas na internet a fim de pressionar os governantes a melhorar o sistema de saúde no Brasil, consolidando um atendimento universal e especializado aos cidadãos.