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Enviada em: 23/07/2018

A obra intitulada "A Peste", de Albert Camus, discorre a respeito da importância do acesso à saúde pública. Apesar de toda a subjetividade, a trama serve como um gancho para abordar sobre a atual situação do sistema de saúde a partir do momento em que é corroborada uma dicotomia existente entre direitos básicos e efetivação de políticas públicas. Dessa forma, analisar os impasses da questão no âmbito político e social: eis um desafio à contemporaneidade.    É necessário considerar, antes de tudo, como a crise brasileira colabora para o agravamento da problemática. Nesse sentido, é notório que qualquer indivíduo tenha noção da grave tensão financeira que o Brasil passa. Concomitantemente, a postura dos governantes ao tratar-se da temática demonstra um movimento retrógrado no setor da saúde pública. Tal fato é corroborado, ao citar o estado de Mato Grosso que reduziu o fornecimento gratuito de medicamentos para o tratamento de doenças graves. Assim, pacientes que não têm condições financeiras para arcar com os gastos médicos são alvos prioritários de ações que lesam o Art. 2° da Constituição Federal Brasileira.    Convém analisar, também, o sistema de saúde como principal paciente. Falta de profissionais qualificados, estoques de remédios e materiais hospitalares vazios, desvio de verbas que deveriam ser usadas na infraestrutura dos hospitais públicos são alguns dos problemas enfrentados que corroboram para que não haja mudanças nos hospitais. Ademais, a complacência social é estimulada por uma ótica dominante que ratifica o abismo entre as classes sociais no Brasil e, consequentemente, contribua ativamente na máxima do indivíduo que pode ou não garantir uma saúde de qualidade. Pois, o sistema público diferentemente do privado mostra-se desqualificado para atender às necessidades básicas como, quando pacientes deixam de serem socorridos devido à ausência de equipamentos.    Fica claro, portanto, que fazem-se necessárias medidas para tornar viável a isonomia de direitos básicos e consolidação do Art. 2°. O Ministério da Saúde, junto as ONGs, deve promover ações sociais com consultas gratuitas e distribuição de medicamentos para populações de baixa renda, além de fiscalizar e investir nas leis já existentes na tentativa de garantir os direitos sociais e a integridade humana, utilizando do dinheiro dos impostos para a reestruturação dos hospitais e postos de saúde, distribuindo equipamentos médicos necessários, além de contratar profissionais qualificados com bom retorno salarial. Também, é de suma importância que a mídia, como grande formadora de opiniões, seja um canal de minorias utilizando a ficção engajada e jornais para difundir uma cultura de criticidade por meio de matérias jornalísticas, documentários e dados sobre a temática e a importância da sua reivindicação na sociedade. Só assim, com a mobilização de um todo, haverá mudanças.